Há diversos tipos de arranjos para o samba. No começo, ainda nos anos 30, as gravações eram com muita orquestra, deixando os instrumentos tradicionais do samba (cavaquinho, pandeiro, etc.) em segundo plano. Era uma influência do maxixe. O samba já tinha uma nova rítmica, mas os arranjadores ainda estavam condicionados ao samba amaxixado. Assim sendo, as primeiras gravações de Ismael Silva, Bide, Marçal e toda a turma do Estácio de Sá (inventores do samba que nós conhecemos) eram repletas de instrumentos orquestrais.
O primeiro samba a ser gravado com instrumentos de escola de samba foi Na Pavuna de Candoca da Anunciação e Almirante. O próprio Almirante cantou acompanhado do Bando dos Tangarás, para o carnaval de 1930. A partir daí, ficou mais comum o samba ter a roupagem mais adequada em suas gravações. As gravadoras, então, foram atrás dos bons ritmistas das escolas de samba. Marçal, Bide, Bucy Moreira e Raul Marques foram alguns dos batuqueiros que estavam sempre nas gravações.
Esta roupagem do samba (cavaco, violão, pandeiro, surdo e ritmo geral) é a roupagem que temos hoje. Mas, ao longo dos anos, houve muito tipo de arranjo diferente. Nos anos 60, os conjuntos Rosa de Ouro, A Voz do Morro, Os Cinco Crioulos, Os Mensageiros do Samba e Os Cinco Só, entre outros, eram grupos de sambistas de Escolas de Samba. A cadência era um pouco mais acelerada do que a que viria se firmar na década seguinte. Já nos anos 70, os discos de partido alto (os mais emblemáticos foram os da série Partido em 5) obedeciam a uma estrutura rítmica um pouco mais lenta, que seguia ao ritmo do pandeiro partido. Foi nesta época que o grande percussionista Doutor introduziu o repique de anel nas gravações.
Os anos 70 foram os anos em que os grandes sambistas esquecidos pela mídia finalmente gravaram discos. Os arranjos? Bons. Instrumentos que se usam numa roda de samba tocados com uma cadência linda. Cartola, Candeia e Wilson Moreira finalmente foram para a vitrola.
Outros sambistas, infelizmente, não gravaram os seus discos com bons arranjos. O ótimo João Nogueira insistiu em usar baixo e bateria em alguns de seus discos. Estragou lindas composições e uma linda voz. Poucos discos seus tem arranjos bons... Um deles, entretanto, eu tiro o meu chapéu: o álbum Parceira, com Paulo César Pinheiro. As belas composições foram cantadas com um arranjo de violão sete cordas, seis cordas, cavaco, piano, bateria e baixo. O belo arranjo foi feito por quem sabe muito, o maestro e pianista Cristóvão Bastos. Não tenho críticas ao baixo e à bateria aqui. Foram muito bem arranjados...
Quem gosta de usar baixo e bateria (além de um sempre presente piano), mas de forma harmônica e bem feita é Paulinho da Viola. Usa bem. O baixista, o baterista e o pianista são feras (Dininho, Wilson das Neves e Cristóvão Bastos) e Paulinho sabe fazer arranjos lindos para seus sambas. A bateria não se sobressai aos outros instrumentos de percussão e essa é minha maior critica ao uso da bateria no samba.
No final dos anos 70, surgiu o samba do Cacique de Ramos. Foi a última grande modificação da rítmica e dos arranjos de samba. Entrou o repique de mão e o banjo e acelerou-se a cadência. Era o samba caciqueano, feito no Fundo do Quintal. Assim se atravessou os anos 80: as gravadoras iam atrás do “pagode” e os sambistas iam atrás de quem gravasse samba. No caso, um produtor japonês chamado Tanaka. Praticamente, só ele produziu discos de samba nesta década. Vivíamos a ditadura do “pagode de raiz".
Os anos 90 e os atuais anos vêem uma nova valorização do samba. Em muitas rodas de samba em São Paulo e no Rio toca-se samba como se tocava nos terreiros das escolas da antiga. Os novos cartazes do samba também preferem gravar samba com arranjos mais cadenciados. E isso não é passadismo. O samba se renova a cada dia. Mas sem se descaracterizar.
E assim “o samba bate outra vez”...
O primeiro samba a ser gravado com instrumentos de escola de samba foi Na Pavuna de Candoca da Anunciação e Almirante. O próprio Almirante cantou acompanhado do Bando dos Tangarás, para o carnaval de 1930. A partir daí, ficou mais comum o samba ter a roupagem mais adequada em suas gravações. As gravadoras, então, foram atrás dos bons ritmistas das escolas de samba. Marçal, Bide, Bucy Moreira e Raul Marques foram alguns dos batuqueiros que estavam sempre nas gravações.
Esta roupagem do samba (cavaco, violão, pandeiro, surdo e ritmo geral) é a roupagem que temos hoje. Mas, ao longo dos anos, houve muito tipo de arranjo diferente. Nos anos 60, os conjuntos Rosa de Ouro, A Voz do Morro, Os Cinco Crioulos, Os Mensageiros do Samba e Os Cinco Só, entre outros, eram grupos de sambistas de Escolas de Samba. A cadência era um pouco mais acelerada do que a que viria se firmar na década seguinte. Já nos anos 70, os discos de partido alto (os mais emblemáticos foram os da série Partido em 5) obedeciam a uma estrutura rítmica um pouco mais lenta, que seguia ao ritmo do pandeiro partido. Foi nesta época que o grande percussionista Doutor introduziu o repique de anel nas gravações.
Os anos 70 foram os anos em que os grandes sambistas esquecidos pela mídia finalmente gravaram discos. Os arranjos? Bons. Instrumentos que se usam numa roda de samba tocados com uma cadência linda. Cartola, Candeia e Wilson Moreira finalmente foram para a vitrola.
Outros sambistas, infelizmente, não gravaram os seus discos com bons arranjos. O ótimo João Nogueira insistiu em usar baixo e bateria em alguns de seus discos. Estragou lindas composições e uma linda voz. Poucos discos seus tem arranjos bons... Um deles, entretanto, eu tiro o meu chapéu: o álbum Parceira, com Paulo César Pinheiro. As belas composições foram cantadas com um arranjo de violão sete cordas, seis cordas, cavaco, piano, bateria e baixo. O belo arranjo foi feito por quem sabe muito, o maestro e pianista Cristóvão Bastos. Não tenho críticas ao baixo e à bateria aqui. Foram muito bem arranjados...
Quem gosta de usar baixo e bateria (além de um sempre presente piano), mas de forma harmônica e bem feita é Paulinho da Viola. Usa bem. O baixista, o baterista e o pianista são feras (Dininho, Wilson das Neves e Cristóvão Bastos) e Paulinho sabe fazer arranjos lindos para seus sambas. A bateria não se sobressai aos outros instrumentos de percussão e essa é minha maior critica ao uso da bateria no samba.
No final dos anos 70, surgiu o samba do Cacique de Ramos. Foi a última grande modificação da rítmica e dos arranjos de samba. Entrou o repique de mão e o banjo e acelerou-se a cadência. Era o samba caciqueano, feito no Fundo do Quintal. Assim se atravessou os anos 80: as gravadoras iam atrás do “pagode” e os sambistas iam atrás de quem gravasse samba. No caso, um produtor japonês chamado Tanaka. Praticamente, só ele produziu discos de samba nesta década. Vivíamos a ditadura do “pagode de raiz".
Os anos 90 e os atuais anos vêem uma nova valorização do samba. Em muitas rodas de samba em São Paulo e no Rio toca-se samba como se tocava nos terreiros das escolas da antiga. Os novos cartazes do samba também preferem gravar samba com arranjos mais cadenciados. E isso não é passadismo. O samba se renova a cada dia. Mas sem se descaracterizar.
E assim “o samba bate outra vez”...
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