29 de julho de 2010

Agenda Cultural - De 29 de julho a 4 de agosto

Samba da Ouvidor
Endereço: Esquina da Rua da Ouvidor com a Rua do Mercado - Centro - Rio de Janeiro/RJ
Data: 31 de julho (sábado)
Horário: às 15h
Valor: Grátis

A interrupção de uma grande história

Considero uma expressão baixa e um tanto pequena aquele ditado que diz "tudo o que é bom dura pouco". Não deveria ser o contrário? O que é bom não deveria ser algo duradouro? Por que será que as boas coisas da vida - aquelas que alegram e emocionam - têm data para acabar?

Escrevo estas linhas com grande pesar. Mais uma vez, algo bom é interrompido bruscamente. Por mais de três anos, escrevi neste espaço do Couro do Cabrito sobre o valoroso Projeto Anhangüera dá Samba! Hoje, com o coração apertado, escrevo sobre sua lamentável interrupção.

Nesta semana conversei com Arthur Tirone, o popular Favela, idealizador do projeto e um dos grandes defensores da cultura popular brasileira de São Paulo. A frieza que as conversas pela internet proporcionam me impediu de ver sua emoção, sua revolta e sua tristeza ao falar sobre a interrupção do projeto.

Favela, nestes mais de três anos de projeto, deu o sangue para ver o Clube Anhangüera ser um grande terreiro de samba. Sua força de vontade, sua luta fez com que os paulistanos pudessem ter a oportunidade de presenciar grandes nomes do samba sendo acompanhados pelos bons sambistas dos Inimigos do Batente.

Wilson Moreira, Monarco, Germano Mathias, Délcio Carvalho, Noca da Portela... Edu Batata, Chico Médico, Douglas Germano... Quem é sambista e viveu, ou mesmo passou por São Paulo nestes últimos três anos, provavelmente foi ao Clube Anhangüera para ver monumentais nomes do samba se apresentando no chão, ao lado de um campo de várzea, na roda de samba.

Guerrilheiro, defensor, batalhador do samba, Favela está triste, ferido, mas não vencido. Sabe que a cultura do samba está aí, pronta para ser valorizada. Para ele, o Projeto Anhangüera dá Samba "significa muito mais que o evento em si, é a realização de um sonho".

Isso porque o Clube Anhangüera sempre foi conhecido por fazer grandes bailes e congregar gente de diferentes rincões da cidade. "Trazer isso novamente para clube, após tantos anos, é gratificante", afirma.

"É possível promover a cultura onde quer que seja. No princípio muita gente apostava que não daria certo por "ser longe", ou porque o espaço não é um bar, nem uma casa de shows. Nós apostamos num espaço novo. Talvez o maior legado do Anhangüera dá Samba! seja essa retomada de se fazer samba à beira de um campo de futebol varzeano e aglutinar sambistas de toda a cidade", desabafa o militante da cultura popular.

Mas atenção! O projeto não acabou! Quem garante é o próprio Favela: "Há questões políticas dentro do clube que acabaram afetando o projeto, que não tinha nada a ver com isso... Mas nós voltaremos, disso não tenho dúvida".
Por enquanto, as últimas sextas do mês serão mais vazias sem o samba no Anhangüera. Até quando?

"Com tranquilidade as coisas se ajeitam. E [precisamos] pensar em outras coisas, inventar outros projetos em outras paragens. Como dizia o finado Zulu, 'vida que segue'", desabafa.

Oxalá, Favela! Oxalá!

25 de julho de 2010

Adoniran - Uma biografia (Celso de Campos Jr.)


Quando falamos de Adoniran Barbosa, pensamos logo na maior referência que temos em samba paulista. Um samba que fala das malocas ao invés de falar dos morros. Que fala do Viaduto Santa Ifigênia, da Avenida São João e do Jaçanã ao invés de falar de Vila Isabel, da Lapa da Mangueira. Pensamos no samba feito com a realidade paulista de vida. Um samba com sotaque rural e italiano, como é o sotaque dos paulistas.


De fato, João Rubinato (seu nome de batismo) é o nome mais popular do samba da Paulicéia. O que poucos sabem, no entanto, é que Adoniran, antes de ser um conhecido sambista, foi um dos grandes humoristas da rádio. Humor que acabou levando para seus sambas, também.

Neste ano de 2010, centenário do sambista, a obra “Adoniran - Uma biografia”, de Celso Campos Jr. (Ed. Globo), foi novamente editada - revisada e ampliada. Nesta nova edição, o autor teve a brilhante ideia de acrescentar os esquetes dos programas de rádio “Histórias das Malocas”, em que Adoniran interpretava o hilário Charutinho. Além disso, o livro narra, com detalhes, as principais passagens da vida e da carreira artística do paulista de Vinhedo.

Adoniran desde jovem sonhava com a carreira artística. Quando passou morar na capital paulistas, na mocidade, tentou a sorte num concurso de calouros, mas não deu certo. O caminho foi mesmo seguir a carreira no rádio de uma outra maneira: o humor, que dominava como poucos.

O autor do livro, Celso de Campos Jr, realizou um excelente trabalho de campo para nos trazer as informações de como era São Paulo nas década de 30, quando tudo começou para Adoniran. A riqueza de detalhes das histórias vividas por ele são fruto das intermináveis horas de conversa de Campos Jr. com aqueles que viviam ao lado do sambista/humorista.

Numa leitura gostosa, que segue, de maneira linear, a cronologia da vida do biografado, podemos imaginar como era a cidade que inspirou o jovem sonhador a compor seus primeiros sambas (ainda num formato bem semelhante ao samba que se fazia no Rio), como era o ambiente das rádios e das quebradas do Centro de São Paulo, onde ele costumava tomar seus tragos com figuras que mais tarde serviriam de inspiração para personagens de suas histórias de humor no rádio e também para seus sambas.

Vivendo intensamente a carreira artística no rádio, Adoniran aos poucos foi compondo e emplacando seus primeiros sambas. Não fez sucesso e seu nome era mais conhecido mesmo pelo seu humor: além de atuar no meio radiofônico, também fez filmes e, mais tarde, novelas. Em alguns papéis, fez personagens sérios, despidos de qualquer humor, de maneira brilhante.

Na parte musical, começou a despontar no início dos anos 50, com a gravação de alguns sambas pelo conjunto Demônios da Garoa. É interessante ler sobre a gênese de alguns de seus maiores sucessos. Muitos, como por exemplo “Trem das Onze”, foram concebidos sem a menor pretensão de sucesso. Os louros vieram naturalmente na carreira de Adoniran.

À medida que vai envelhecendo, as portas da carreira de humorista vão se fechando à medida que vão se abrindo as portas do meio musical. E então podemos saber como se deu a gravação de seus primeiros discos (e toda a sua emoção por viver estes momentos).

Com grande detalhamento, o leitor desta obra também aprende que foi ele quem fez mais sucesso na I Bienal de Samba, em 1968, embora não tenha levado o prêmio. O leitor, em outra passagem, pode imaginar, também, como foi o carnaval na Vila Esperança quando ele compôs a marcha-rancho homônima.

Como sugestão para uma terceira edição ainda melhor, acredito que um trabalho discográfico cairia muito bem como anexo.

Mas é um excelente livro. Da viagem de seus antepassados da Itália para o Brasil até seus últimos dias no leito de um hospital, “Adoniran - uma biografia”, narra, com extremo esmero, a vida de um dos grandes heróis da música brasileira.

Uma história de um brasileiro que todos devemos conhecer, respeitar e valorizar. Pra quem não conhece, “chora na rampa, negão”.

Avaliação: **** (ótimo)

22 de julho de 2010

Agenda Cultural - De 22 a 28 de julho

Samba de Terreiro de Mauá
Local: Bar do Buiú
Endereço: Rua San Juan, 121 - Parque das Américas - Mauá/SP
Data: 25 de julho (domingo)
Horário: a partir das 15h
Valor: Grátis

Praça do Samba / Kolombolo Diá Piratininga e Velha Guarda da Rosas de Ouro
Local: Praça Aprendiz das Letras
Endereço: – Rua Belmiro Braga, s/n – Vila Madalena - São Paulo/SP
Data: 25 de julho (domingo)
Horário: das 14h às 20h
Valor: Grátis

15 de julho de 2010

Agenda Cultural - De 15 a 21 de julho

Bafafa no Caruru
Local: Serralheria
Endereço: Rua Guaicurus, 857 - Lapa - São Paulo/SP
Data: 16 de julho (sexta)
Horário: a partir das 21h
Valor: 12 reais (dinheiro vivo apenas)

Terra Brasileira (choro e samba)
Local: Escola Nova Cultura
Endereço: Rua Valdemar Dória, 163 - Belém - São Paulo/SP
Data: 17 de julho (sábado
)
Horário: a partir de 16h
Valor: Grátis

Fabiana Cozza
Local: Teatro Municipal Miguel Cury
Endereço: Rua 9 de Julho, 496 – Centro – Ourinhos/SP.
Data: 20 de julho (terça)
Horário: 20h30
Valor: Grátis (retirar os convites com 1 hora de antecedência)

Márcia
Local: Bar do Alemão - Av. Antártica - 554 (ao lado do shopping West Plaza)
Endereço: Av. Antártica, 554 - Água Branca - São Paulo/SP
Data: 21 de julho (quarta)
Horário: 21h30
Valor: 12 reais
Informações: (11) 3879 0070 / 3672 1859

9 de julho de 2010

Agenda Cultural - De 8 a 14 julho

Terreiro Grande
Local: Bar do Alemão (Patriota)
Endereço: Rua Jarinu, 591
Data: 10 de julho (sábado)
Horário: a partir das 16h
Valor: Grátis

Núcleo de Samba Jequitibá
Local: Bar do Renan
Endereço: Esquina da Rua Camerino com a Rua Sousa Lima - Barra Funda - São Paulo/SP
Data: 10 de julho (sábado)
Horário: a partir de 17h
Valor: Grátis

1 de julho de 2010

Agenda Cultural - De 1º a 7 julho

Teresa Cristina
Local: SESC Pompéia
Endereço: Rua Clélia, 93 - Pompéia - São Paulo/SP
Data: 2, 3 e 4 de abril (de sexta a domingo)
Horário: 21h (sexta e sábado)e 18h (domingo)
Valor: de 7 a 28 reais

Samba da Ouvidor
Endereço: Esquina da Rua da Ouvidor com a Rua do Mercado - Centro - Rio de Janeiro/RJ
Data: 4 de julho (sábado)
Horário: às 15h
Valor: Grátis

Projeto Resgate
Local: Galeria Dois Pontos
Endereço: Rua Coronel Genuíno, 226 - Centro - Porto Alegre/RS
Data: 4 de julho (sábado)
Horário: a partir das 17h
Valor: Grátis

Grupo Reduto
Local: CEM
Endereço: Rua Fradique Coutinho, 1048 - Vila Madalena - São Paulo/SP
Data: 3 de julho (sábado)
Horário: 22h
Valor: 10 reais
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