28 de maio de 2008

Um ano de samba e alegria


"Mas enquanto houver samba, alegria continua... O samba tem feitiço, o samba tem magia..."

"Virá num riso de criança, ou numa lágrima de dor..."

"É preciso muito amor para suportar essa mulher...."

Esses sambas, bem conhecidos pela maioria dos leitores do Couro, são do grande compositor da Portela Oswaldo Alves Pereira, o popular Noca da Portela. Esse sambista, desconhecido da grande massa, é um dos principais expoentes do nosso ritmo mais brasileiro. Compositor de mão cheia, excelente intérprete, sambista de verdade.

É com ele que o Anhanguera dá Samba comemora 1 ano de existência. O que era mais um sonho virou realidade. Realidade que nos embriaga de felicidade a cada última sexta do mês.


O Clube Anhanguera, pra mim, representa um espaço mágico. Um espaço de samba para sambistas. Coisa cada vez mais rara na recente mercantilização das nossas boas casas de samba. Sim, no Anhanguera a cerveja não é cara, o público presente não caiu de para-quedas por lá e o samba é o elemento mais importante. Coisa fina.

Sexta-feira, então, todos no Anhanguera.


Inimigos do Batente convidam Noca da Portela

Local: Clube Anhangüera

Endereço: Rua dos Italianos nº1261 – Bom Retiro – São Paulo - SP

Data: 30/05

Horário: a partir de 22h

Ingressos: R$ 10,00 + um agasalho ou alimento não-perecível para doação a entidades assistenciais do bairro

Como chegar: Marginal Tietê (sentido Penha), passando a Ponte da Casa Verde, terceira rua à direita, primeira à esquerda e novamente primeira à esquerda.

24 de maio de 2008

Cartola era Flu


Na última partida do Fluminense, no Maracanã, contra o São Paulo, a torcida do Fluminense prestou uma bela homenagem ao Mestre Cartola, tricolor fanático e que completaria 100 anos neste ano. Parabéns Flu pela bela homenagem.

22 de maio de 2008

Morre Darcy da Mangueira, um baluarte de duas escolas de samba


Darcy da Mangueira era daqueles sambistas que, apesar de desconhecidos do grande público, emocionava com suas belas composições. Mangueira ele tinha no nome, mas começou mesmo na Unidos da Tijuca (foi um dos fundadores) , umas das primeiras escolas, juntamente com o Salgueiro, a levar a temática dos negros para a avenida.

Pois bem, o samba mais uma vez está de luto. Ele se foi na última segunda-feira (19). Em homenagem a sua memória, irei postar um dos mais belos sambas-enredo de todos os tempos, de sua autoria. Trata-se de O Negro na Senzala, e com ele a Unidos da Tijuca desfilou no carnaval carioca de 1958 (e alcançou apenas a 11ª colocação. A vencedora foi a Portela).


15 de maio de 2008

"Lenha na fogueira" em versão caseira

“Lenha na Fogueira” é mais uma das belas parcerias de Mauro “Bolacha” Duarte e Paulo César Pinheiro. Sua primeira gravação (com algumas incorreções na letra) se deu num disco de Walter Alfaiate em tributo a Mauro (2005). Recentemente, o samba foi regravado (com a letra original) pela Cristina Buarque e o conjunto Samba de Fato no esplendoroso disco “O samba informal de Mauro Duarte”

Esta gravação que aqui posto agora, raríssima, é do acervo particular da família do Mauro Duarte. Nela, os compositores interpretam o belíssimo samba. Agradeço ao Renato Martins, do Terreiro Grande, pelo envio do fonograma.

Deleitem-se

Lenha na fogueira (Mauro Duarte - Paulo César Pinheiro)

Apesar de te amar como és
Eu jamais cairei aos seus pés
Pois no amor tem que haver compreensão dos dois
Pra não sofrer depois
Decepções cruéis
Todo abismo de amor nasce igual
O egoísmo é o primeiro degrau
Quem espera do amor mais do que ele tem
Acaba sem ninguém na direção do mal

Aprendi que o amor é, desde o início,
Mais renúncia e sacrifício que prazeres pra quem ama
Mas sendo o amor também esta fogueira
Quem põe lenha a vida inteira
Nunca mais se apaga a chama


6 de maio de 2008

Maioria sem nenhum (Mauro Duarte - Elton Medeiros)

GRANDES BRASAS DA HISTÓRIA

Cartola nunca gostou de fazer sambas de protesto, de cunho social. Para ele, samba deveria falar de sentimentos, como o amor, a saudade, etc. Mauro Duarte, pelo contrário, se especializou em fazer belos sambas cujas letras são verdadeiras hinos de resistência. "Lama", originalmente gravado por Clara Nunes, é um belo exemplo. "Maioria sem Nenhum", parceria com Elton Medeiros, também.

Gravado pela primeira vez no disco Elton Medeiros e Paulinho da Viola - Na Madrugada, em 1968, este samba tem uma letra crítica sobre a desigualdade social. Um verdadeiro manifesto em forma de samba:

Maioria sem nenhum (Mauro Duarte - Elton Medeiros)

Uns com tanto
Outros tantos com algum
Mais a maioria sem nenhum

Esta história de falar em só fazer o bem
Não convence quando o efeito não vem
Porque somente as palavras não dão solução
Aos problemas de quem vive em tamanha aflição

Uns com tanto
Outros tantos com algum
Mais a maioria sem nenhum

Há muita gente neste mundo estendendo a mão
Implorando uma migalha de pão
Eis um conselho pra quem vive por aí a esbanjar:
Dividir para todo mundo melhorar

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