27 de fevereiro de 2009

Carmen Queiroz no Clube Anhangüera hoje


Hoje, a partir das 22h tem samba no Clube Anhangüera. A convidada da roda dos Inimigos do Batente será Carmen Queiroz, sambista paulistana da antiga. O furdúncio será realizado na Rua dos Italianos nº 1261, no Bom Retiro.

26 de fevereiro de 2009

Palco divinal (Anescar do Salgueiro)

GRANDES BRASAS DA HISTÓRIA

Em homenagem ao Salgueiro campeão, vai essa brasa incandescente. Samba gravado em 1965 no disco “Ala dos Compositores - Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro” e interpretado por Noel Rosa de Oliveira.

Palco divinal (Anescar do Salgueiro)

Meu Salgueiro
Das madrugadas em festa
Boêmios fazem serestas
Contemplando a beleza do luar
Onde toda ternura se estreita
Confraternizam-se a música, poesia e a natureza
Formando esse ritmo brejeiro
Que tem na alma um pandeiro
Porque é bem brasileiro

Na competição da música
O nosso samba é o primeiro
Tem cuíca e tamborim
E é cantado no terreiro
Aceite esse convite musical
Vem ver num palco divinal
O samba no meu Salgueiro

20 de fevereiro de 2009

Sem ilusão (Elton Medeiros - Antônio Valente)

GRANDES BRASAS DA HISTÓRIA

Chegou o Carnaval. As escolas vão desfilar repletas de atrizes, modelos, ex-BBBs e popozudas em geral, ao passo que os sambistas... Bom, a Rede Globo não tem muito interesse em mostrá-los para o mundo, então eles ficam escondidos lá no meio. A festa já não é mais deles.

Num samba lançado em 1977, Elton Medeiros já lamentava a situação. E de lá pra cá, as coisas só pioram.

Esta gravação é do disco “Os quatro grandes do samba”, que também conta com as participações de Candeia, Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito.

Sem Ilusão (Elton Medeiros - Antônio Valente)

No carnaval não vou querer me fantasiar
Não vou querer me vestir de rei
Não quero mais colorir a dor
E se alguém quiser me aplaudir
Vai ter que ser assim como eu sou
Não quer dizer que não vou nem brincar
Só não quero é enganar o meu coração

No carnaval não vou mais sair fingindo
Que passo a minha vida inteira a cantar
Eu vou me divertir, na certa eu vou sambar
Mas dessa vez a ilusão não vai me pegar

No carnaval eu sempre saí sorrindo
Me divertindo só pra desabafar
Três dias pra sorrir, um ano pra chorar
Mas dessa vez a ilusão não vai me pegar

17 de fevereiro de 2009

Eu gosto de samba cadenciado - Retração final

Retratação é algo pouco usual no jornalismo brasileiro e mundial. É fundamental quando se publica uma notícia errada, mal apurada, mas poucos dão a cara a bater. Preferem deixar que o tempo passe e apague as marcas do passado. Em textos opinativos, é mais raro ainda alguém voltar atrás. E é justamente isso que farei agora.

Ao longo do ano de 2007, escrevi aqui neste blog a infame série de textos chamada “Eu gosto de samba cadenciado”. Não que eu tenha deixado de lado minha predileção por sambas dolentes, da linhagem mais tradicional. Mas acredito que a maneira de tomar esse partido não foi adequada.

Ao criar uma barreira entre os sambas chamados “de raiz” (não gosto desse termo, samba é samba) e o “caciqueano” (também chamado de pagode), em nada eu contribuía. Falar bem de samba e hastear essa bandeira não implica em menosprezar e criticar o pagode.

Lendo os textos que escrevi no passado, eu confesso: não os escreveria hoje. Por quê? Uma coisa é falar que eu prefiro o andamento da linha de samba mais tradicional, outra coisa bem diferente é cair matando em cima daqueles que preferem escutar uma música diferente da que eu ouço.

Estes textos estão lá, para todos lerem, não irei apagá-los, pois refletem o que eu pensava na época. Era menino, me faltava maturidade e não tive o cuidado adequado com as palavras escritas. Hoje vejo que não há a necessidade de ficar separando, dividindo, controlando... Esse processo é altamente nocivo.

O que eu pretendo dizer nesse texto de retratação é que continuo firme nos meus propósitos. O Couro do Cabrito já tem mais de dois anos de luta e sigo manifestando minhas posições, minhas críticas, meus devaneios. Os blogs de apoio (Prato e Faca e Coisa da Antiga) seguem levando samba para aqueles que gostam. Quem acessa e baixa está feliz com a linha que eu sigo. De algum tempo pra cá, conheci um monte de sambista gente boa que vêm me cumprimentar pelo trabalho (um trabalho social, voluntário e que me dá muita satisfação em fazer). Para isso, não preciso ficar esculachando o pagode. Não devo fazer isso e não mais farei. Nunca mais.

Não tem nada a ver ficar querendo criar discussões a respeito de que linha é melhor ou pior. Cada um gosta do que quiser e canta na roda o que quiser. Eu tenho minhas preferências e as divulgo, as valorizo. Sem mais essa de querer ficar atacando o que não me diz respeito. Chega de guerra, de disputa, de enfrentamento. Deixemos as belas poesias e melodias nos alegrar. Venham elas de onde for, destinadas a quem for.

9 de fevereiro de 2009

Centenário de Carmen Miranda


Carmen Miranda nasceu em Portugal, morreu nos Estados Unidos e foi a maior cantora brasileira de todos os tempos. Mais que isso, foi uma das maiores artistas que o mundo já conheceu e obteve êxito em todas as etapas de sua carreira. No rádio, no teatro ou no cinema. No Brasil ou nos Estados Unidos, Carmen Miranda era sinônimo de sucesso. Estrondoso sucesso.

Nascida há exatos cem anos, Carmen Miranda começou a carreira musical de forma bombástica. A marcha "Taí", de Joubert de Carvalho, marcou o carnaval de 1930 e fez dela uma cantora de sucesso do dia para a noite. Era a única mulher capaz de rivalizar com cartazes da época como Francisco Alves e Mario Reis, que logo ficaram para trás nos números de vendagem de disco e na preferência dos brasileiros.

Entre 1929 e 1940, a "Pequena Notável", gravou 281 músicas no Brasil, a grande maioria sambas e marchas. Compositores como Ary Barroso, Dorival Caymmi, André Filho, Synval Silva, Lamartine Babo, Assis Valente, entre tantos outros, ganharam voz (e que voz!) com ela. Não havia um Carnaval que não houvesse uma música interpretada por Carmen nas paradas.

Deslumbrada com o sucesso, nossa maior cantora da época se mandou para os EUA, onde ganhou fama fazendo papéis de mulher latina, cantando e balançando as mãos com um turbante tropical na cabeça. Melhor para o cinema yankee, pior para a música popular brasileira.

Ingênua, foi explorada por um empresário canastrão e depois por um marido ardiloso. Ambos estadunidenses, que odiavam os encontros diários de brasileiros na casa de Carmen, conisderada uma "embaixada do samba" em plena Califórnia.

Logo ela se viu escravizada pelo sucesso e passou a depender cada vez mais de estimulantes e calmantes. A agenda era lotada e o ritmo de apresentações, frenético. Seu coração, que despejou tanta emoção nos microfones nos bons tempos do Rio, hipnotizando milhares de brasileiros, agora estava cansado, doente.

No dia dia 5 de agosto de 1955, Carmen morreu, causando comoção no país em que ela não nasceu e nem morreu, mas que era sua pátria. Era brasileira, carioca e sambista.

Seu nome é de extrema importância na história da música popular brasiliera e do samba. Afinal, ela iniciu sua carreira quando o samba ainda era um ritmo pouco gravado e com poucos anos de vida (o samba do Estácio de Sá, que iria moldar o samba que conhecemos hoje se estabelecera poucos anos antes, no final da década de 20) e acabou por gravar 118 sambas (fora as músicas denominadas batuque, samba romantico, samba choro, samba tipico baiano, samba revista, samba carioca, partido alto, etc) nas gravadoras Brumswick, na Victor e na Odeon. Uma pioneira.

Nos anos que esteve atuando no Brasil, reinou. Ao deixar o país, abriu espaço para outras grandes cantoras como Aracy de Almeida, Linda Batista e Emilinha Borba. Apesar de terem marcado época, nenhuma delas causou o furor que Carmen causava.

É por sua encantadora voz, suas magistrais interpretações, que devemos nos lembrar dela para sempre.

Em homenagem ao seu centenário, deixo aqui um samba Wilson Batista e Geraldo Augusto e outro de Cartola e Noel Rosa, compositores pouco gravados por ela: "Não durmo em paz", de 1936 (Odeon) e "Tenho um novo amor", registrado quatro anos antes, na Victor.

3 de fevereiro de 2009

Terreiro Grande e Cristina Buarque interpretam Candeia

Nos próximos dias 13, 14 e 15 de fevereiro, o Terreiro Grande, em companhia da Cristina Buarque, farão apresentações no Teatro FECAP, em São Paulo. No repertório, apenas músicas de Candeia. Sambas clássicos, desconhecidos e inéditos serão apresentados ao público.

Para este desenvolver o repertório do espetáculo, além da ajuda colossal de Cristina, o Terreiro Grande contou com o luxuoso auxílio dos amigos Ricardo Brigante, Rafael Fontes e Daniel Ceará. Eles participaram ativamente da pesquisa discográfica da segunda edição da biografia de Antonio Candeia Filho, Luz da Inspiração, de João Batista Vargas, relançada recentemente.

Os ingressos custam 20 reais (estudante paga meia) e podem ser adquiridos na bilheteria do Teatro, que fica na Avenida Liberdade, 532.
Também é possível comprar pela Internet.
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