31 de julho de 2008

Sambistas santistas

Ainda vou escrever um texto com mais propriedade sobre estes senhores santistas. O samba que eles fazem toda semana é algo mágico, divinal, sensacional. São os sambistas do Ouro Verde, clube de futebol e malha localizado no bairro do Marapé, em Santos. Por hora, para matar a curiosidade de vocês, seguem dois vídeos da excelente roda que eles promovem.




21 de julho de 2008

Legenda do samba paulista no Clube Anhanguera nesta sexta-feira


Seu Nenê é uma lenda viva do samba paulista. Sua Escola de Samba, na Vila Matilde, leva seu nome. E seus sambas carregam história. História de um tempo em que o samba era feito com tambus e zabumbas e que os sambistas sambavam agachados, levantando poeira em porões de casarões no centro da cidade. Sim, porque em São Paulo não havia os morros para fugir da polícia e sambar em paz. Sendo assim, os porões eram onde rolavam os pagodes.

Este senhor de quase 87 anos será o ilustre convidado do próximo Anhanguera dá Samba!, projeto de grande valia para o samba da cidade de São Paulo. Assim como na ocasião em que foram convidados Germano Mathias e Oswaldinho da Cuíca, legendários sambistas da Paulicéia, a vez é do samba paulistano. E ninguém representa melhor o samba daqui como esta ilustre personalidade.

Até sexta!

Inimigos do Batente convidam Velha Guarda da Nenê da Vila Matilde e seu Nenê

Local: Clube Anhangüera

Endereço: Rua dos Italianos nº1261 – Bom Retiro – São Paulo - SP

Data: 25/07

Horário: a partir de 22h

Ingressos: R$ 10,00 + um agasalho ou alimento não-perecível para doação a entidades assistenciais do bairroComo chegar: Marginal Tietê (sentido Penha), passando a Ponte da Casa Verde, terceira rua à direita, primeira à esquerda e novamente primeira à esquerda.

17 de julho de 2008

O samba é minha raiz, minha herança, meu viver

Samba é cultura, samba é arte popular, samba é resistência cultural, samba é identidade brasileira. Diferente de outros estilos musicais, o samba é um estilo de vida. Já dizia o mestre Candeia: "vive melhor quem samba!". O samba não é apenas música, é uma força coletiva que transcende o âmbito musical e atinge a própria alma. O coração se enche de prazer, a emoção toma conta do sambista, que, cantando, sambando e versando na remandiola, atinge seu estado mais sublime de existência. O samba é êxtase, é a alegria em seu estado mais puro, despida de vaidade, hipocrisia e falsidade.

O samba não pertence a ninguém, pertence a todos. O samba cantado na roda pertence à roda de samba, aos sambistas que fazem daquele momento de integração, a própria vida. Quando eu socializo meu acervo através deste Couro do Cabrito, do
Prato e Faca e do Coisa da Antiga, o faço por ideal. Por que diabos vou segurar comigo um disco que não mais existe para vender? Para min, a maior recompensa é fazer com que estes sambas saiam da esfera particular, restrito à vitrola de um sujeito, e passe à esfera pública, sendo cantada com devoção nas rodas de samba.

Repito: não disponibilizo sambas para que as pessoas somente escutem as pérolas em suas casas, o faço para que o samba volte ao seu lugar de origem, a sua verdadeira casa: a roda. Gosto de colocar novos sambas na roda. Na primeira vez, quase ninguém canta. Na segunda vez, o povo já canta o refrão no coro. Após algumas vezes que o samba é cantado na roda, ele já volta a pertencer, efetivamente, à roda de samba.

Minha posição com relação ao samba é de amor puro. Enquanto viver, empunharei a bandeira do samba. Tentarei, e tenho certeza que, nós, juntos, conseguiremos hastear a bandeira do samba no mais alto dos mastros. Esta é a minha verdade. E sei que muitos que agora estão lendo este texto, estão juntos comigo nesta empreitada. Conto com vocês!

14 de julho de 2008

Ingrata Solidão (Geraldo Babão)

GRANDES BRASAS DA HISTÓRIA

Conheci este samba na apresentação que o Terreiro Grande fez em São Paulo no Teatro FECAP ano passado. Pouco depois, achei o
vídeo deles tocando a música no Youtube e comecei a cantar o explosivo samba nas rodas. Para minha surpresa maior, fuçando nuns discos velhos meus, achei a pérola num disco do Zuzuca, dos anos 70. Brasa!!!!

O samba Ingrata Solidão, do genial compositor salgueirense Geraldo Babão, é daqueles que levantam uma roda de samba. O coro ("soooooooooooolidão") canta junto com força esse samba, um tanto desconhecido da maioria, mas clássico, genial, sublime...

Ontem, descolei um belo disco do Salgueiro, da Ala dos Compositores (valeu, Frank!) e tomei um susto quando vi que tinha uma versão ótima do Zuzuca, mandando muito bem, cheio de malemolência no cantar. Compartilho com vocês o samba e ainda deixo
um link para vocês ouvirem o Terreiro Grande tocando a música em Paquetá.

Ingrata Solidão (Geraldo Babão)

Solidão (solidão)
Por que tanto me persegue
E não me deixa de mão
Solidão
Te considero em minha em vida
A pior tentação
Solidão (solidão)
Eu ainda espero um dia
A felicidade invadir meu coração

Eu vou lhe mandar embora
Ô ingrata solidão

Depois que conseguir tudo o que quero
Quem há muito eu espero
Não sentirei mais paixão
Vou sufocá-la num beijo
Que é todo o meu desejo
Te esquecerei solidão

1 de julho de 2008

Quero estar só (Candeia - Wilson Moreira)

GRANDES BRASAS DA HISTÓRIA

Este samba é algo sublime. Só poderia ser lindo pois os dois compositores que assinam a parceria são os mestres Candeia e Wilson Moreira.

Reparem na beleza da poesia, absolutamente integrada com a doce melodia e involta pela serenidade que o divinal Wilson Alicate traz em sua cantoria. Um primor de samba!

Esta gravação aqui apresentada, a primeira, é do disco do Acervo Funarte do Candeia. Brasa!

Quero estar só (Candeia - Wilson Moreira)


Quero estar só
Não me vejo no espelho
pra não me ver acompanhado
Quero estar só
Não quero ouvir conselho
pra não ser mal educado


Tudo que tens pra me contar já sei de cor
O que vais falar pra mim não pode ser melhor
Pois desde os tempos de criança eu já sabia


Se conselho fosse bom
não se dava, se vendia
Se vendia oh, não se dava
Não se dava oh, se vendia


Quero estar só

Não me vejo no espelho

pra não me ver acompanhado

Quero estar só

Não quero ouvir conselho

pra não ser mal educado


A minha voz leva ao infinito
o bom que aprendi nesse mundo bonito
Velho mestre em refrão sempre dizia


Se conselho fosse bom
não se dava, se vendia

Se vendia oh, não se dava
Não se dava oh, se vendia


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O Couro do Cabrito by André Carvalho is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.
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