8 de novembro de 2006

"Samba de terreiro hoje, só em encontro da Velha Guarda..."

Entrevista com o sambista Airton Santa Maria, da Velha Guarda da Camisa Verde e Branco
Como é seu nome e onde o senhor nasceu?Me chamo Airton Fortunato, nasci aqui no bairro das Perdizes, na Zona Oeste. E vida de paulistano sabe como é... Sempre agitada. E minha família já era do samba...
O samba veio do berço, então?Já nasci no samba. Naquela época a Camisa Verde e Branco não existia. Então a escola era Campos Elíseos, ali perto da Barra Funda, mesmo. Eu me lembro que eu era criança e as tias levavam a gente pelas mãos. Me lembro dos desfiles no Parque da Água Branca nesta época.
E quem fazia samba em São Paulo nesta época? Quem foram os precursores?Precursores, amigos dos meus parentes... Tinha o Henricão, famoso Henricão, que sempre fazia uns pagodes ali na Rua Ministro Godoy, nas Perdizes. Aí aparecia também o Blecaute, figura antiga do carnaval paulistano. Eu tinha uns 6 anos, isso foi por volta de 1948.
O Cordão Camisa Verde neste época ainda não havia voltado às atividades?O pessoal da Barra Funda militava lá no Campos Elíseos, mas o Grupo Barra Funda, fundado por Inocêncio Tobias, que é a primeira fase da Camisa Verde, parou em 32 em razão da Revolução. Como os fascistas eram conhecidos como “camisas verdes”, o cordão teve que mudar para Camisa Verde e Branco. Porém, nesta parada, só conseguiu voltar em 1953.
Você freqüentava o Largo da Banana?Em 1949, 1950, nós saíamos dos Campos Elíseos e ficávamos vendo. Íamos com os tios, sempre, porque eu era muito pequeno. Mas grandes nomes freqüentavam o Largo: o famoso Pézão da Barra Funda era um. Mas eu era criança e ficava só observando.
Tinha muita pernada, roda de tiririca?Pernada eu cheguei ver nos primeiros tempos do Camisa Verde e Branco, em 54. Me recordo muitos dos bebedouros de cavalos lá no Largo da Banana e nas calçadas tinha umas demarcações para eles venderem as bananas e outras coisas. Aí o pessoal jogava caixeta e tal. E rolava umas rodas de pernada também. Mas era sempre na boa, na brincadeira.
Quando você ingressou na Camisa?Eu só não ingressei lá quando ela foi refundada porque lá em casa a gente tinha uma política de não deixar criança ir ao samba. Porque tinha muita malandragem. Então eu só fui freqüentar a Camisa quando eu tinha uns 19 anos. Aí eu vesti a camisa. A Camisa Verde e Branco.

Quais as diferenças entre os cordões e as Escolas de Samba?
A Escola eliminou o porta estandarte, o baliza...Entrou a comissão de frente, o mestre-sala...

Isso trazido do Rio, né?
É, quando o desfile virou oficial em São Paulo, em 67, eles tiveram que fazer um regulamento. Aí imitou o Rio. A Nenê já tinha ligações com o Rio, mas quem inovou mesmo foi a Mocidade Alegre. Eu, particularmente, acho que não deveria ter mudado.

E a música? O samba daqui era diferente do carioca?
O samba paulista, em sua origem, é um relato, com estrofes. O samba carioca já é mais partido alto, com um refrão e versos de improviso. Mesmo os sambas de partido alto daqui tem outra medição. São Paulo fez grandes sambistas: Geraldo Filme, Henricão, Paulo Vanzolini, o próprio Adoniram Barbosa. São Paulo tem uma história muito rica.

Quando os cordões começaram desfilar ao ritmo de samba?
Isso foi no começo dos anos 50.O Camisa só desfilou uma vez com marcha. Depois, só samba.
Os compositores das escolas de samba chegaram a gravar disco, fazer sucesso nas rádios?Sempre houve um problema porque a marginalidade era a marca das escolas de samba. Mas o Henricão gravou nos anos 40. Outros sambistas daqui como Gordurinha, o Verdurinha, o Vadico, estes também gravaram. O Geraldão da Barra Funda (Geraldo Filme) fez muita turnê, mas só foi gravar um disco solo em 1980. Tinha os artistas de rádio e os sambistas das escolas. Era muito diferenciado e estes artistas não iam às escolas porque se sentiam alienados.

Como eram os terreiros e as sedes das escolas de samba?
A primeira escola a ter um terreiro, em razão de ter uma quadra, foi o Camisa, em 70. O Peruche tinha uma coisa lá no Caqui, mas era um pasto com os cavalos e eles batiam samba lá. Quando eu conheci o Peruche, antes de ir para a Camisa, por volta de 52, eles faziam uma roda de samba na rua e depois iam para o “pastão”, o famoso “pastão”. Tinha que desviar de bosta de cavalo, buraco, formigueiro. As sedes também não existiam. As reuniões sempre se davam na casa de algum sambista influente.

E os primeiros sambas enredo? Eram tirados do terreiro ou já eram feitos para se desfilar?
Já era em formato de samba-enredo, falando de temas históricos. O primeiro que eu desfilei foi sobre a Nega Fulô.

E como era o samba de terreiro das escolas?
Como eu disse, se dava em ambientes diversos. Eu tive a felicidade de ver grandes sambistas lá das Perdizes. Então eu cresci aprendendo com eles. Rolavam altas festanças, com fogueira e muito sambão. Lá no final da Rua Caetés, do outro lado do então riacho do Sumaré, havias o chamado Morro da Calábria. A galera fazia um pagodão lá no morro, no meio da floresta de eucaliptos.

E os jornais e revistas davam destaque ao samba?
Muito pouco, pois os sambistas eram muito mal vistos pela sociedade.

E como se deram os primeiros desfiles?
Os primeiros desfiles, ainda quando eu era criança, aconteciam no Parque da Água Branca. Depois passou para a São Luís, Parque do Ibirapuera, Avenida São João, Anhangabaú, novamente São João, Tiradentes e finalmente, Anhembi.

Antigamente, algums sambistas diziam que o samba gravado perdia a magia na vitrola. Você concorda?
Não, eu acho que todo sambista tem o sonho de ver seu samba gravado, é uma grande satisfasção.

Como você vê o samba de hoje?
São Paulo tem vindo em um movimento bom há mais de 20 anos. Só precisa de mais divulgação. O pessoal vem resistindo aí, fazendo sambas bons. O interesse , talvez, esteja maior do que no Rio. Você vê movimentos de sambistas novos que cantam sambas novos...

E o ritual de samba de terreiro nas escolas de samba? Existe ainda?
Antigamente, todo sábado havia uma roda de samba na sede da escola. Mas pra participar, você tinha que fazer um samba. O pessoal te dava um tema e você tinha que apresentar no fim da festa. Hoje só tem roda de samba de terreiro nos encontros da Velha Guarda. A molecada não quer saber de nada. E não é só no samba de terreiro que está o problema. A Liga das Escolas de Samba de São Paulo é uma sujeira só. A Globo dá o dinheiro dos direitos de Tv para eles e eles não repassam para a gente. Se não somos nós para batalhar...

O jovem não deveria estar mais presente?
O problema é que o jovem da escola de samba vai lá, toca seu tamborim no ensaio, depois toca na avenida e depois vai pro funk. Deveria ficar na quadra, tocar sambas de amor, de exaltação à natureza. Mas há uma juventude, sem relação com escolas, que revaloriza o verdadeiro samba como Quinteto em Preto e Branco, o T Kaçula, o Morro das Pedras, o projeto Nosso Samba.

Muito obrigado pela entrevista...
Não há de quê... Airton Santa Maria falou...

23 de outubro de 2006

Falando sobre Paulinho e Chico

Certa vez, numa discussão em uma mesa de bar, manifestei a minha indignação com o fato de Paulinho da Viola não ter o mesmo reconhecimento que Chico, Caetano, Gil, e outros têm na MPB. Paulinho é um grande sambista e só. Nunca é incluído ao lado destas figuras. Quando citam Paulinho, é ao lado de gente do samba. Sempre.

O que falta ao Paulinho? O que Chico fez que ele não fez? Ópera, livro? E o Chico já lançou um álbum só de choro? Já emplacou samba-enredo na avenida? Eu sei que não tem cabimento a comparação. Cada um tem seu valor. Mas então por que o Paulinho não aparece no panteão dos grandes da MPB? Por que ele tem “da Viola” no nome? Por que ele é do samba?

“André, como você pode comparar o Chico com alguém?” disse-me alguma menina, na discussão. Ele é incomparável? Não. A genialidade se expressa de diferentes maneiras. A genialidade de Chico é diferente da genialidade de Paulinho, que por sua vez, é diferente da genialidade de Pixinguinha. Mas todos são gênios.

A discussão se prolongou e eu fui bombardeado. Estava sozinho. Não consegui explicar que eu não queria comparar um com o outro. Apenas queria deixar claro que Paulinho, como o Chico, também transita por várias linguagens. Também é gênio. Um não precisa superar o outro.

Levantei esta questão porque vejo, no Brasil, um preconceito velado com os sambistas profissionais. O samba é exaltado como característica singular de nossa cultura, mas não é algo “refinado”. Basta ver que Paulinho da Viola recebeu um cachê bem menor que os “cults” Chico, Caetano, Gil e Gal num show-tributo a Tom Jobim, quando este morreu.

E citei Paulinho da Viola por ele ser o sambista mais exposto à mídia. Mas, quando vejo mestres da música como Wilson Moreira e Elton Medeiros sem o menor reconhecimento, fico triste. Gosto de mostrar para os meus amigos os sambas destes bambas. “Elton quem?” Elton Medeiros. Escute o samba ‘Pressentimento’ e analise você mesmo... “Wilson Moreira? Nunca ouvi falar”. Então repare nos versos de ‘Não foi ela’.

Está na hora de pararmos de vangloriar os lixos americanos que invadem as frágeis mentes da juventude e fazermos com que o samba se imponha. Como foi outrora. Para novamente ser nossa filosofia.

20 de outubro de 2006

Paulinho da Viola - Memórias Cantando (1976)

NA VITROLA
Primeira parte de seu álbum de memórias (o segundo é o Memórias Chorando, só com choros) de 1976. Este disco eu comprei num sebo por dois contos e ficou muito tempo encostado porque eu tinha muitos discos e CDs para escutar. Até que um dia eu coloquei pra ouvir e simplesmente não parei mais. Quem me conhece sabe que, quando eu bitolo em um disco, fico meses a fio sem tirá-lo da vitrola.

Neste álbum, Paulinho canta músicas que tem um significado especial para ele. Três sambas não são dele. São sambas que ele ouvia quando era criança nas rodas de samba promovidas por seu pai. Sambas lindos com poesias divinas: Pra que mentir (Noel Rosa e Vadico), Nova Ilusão (Claudionor Cruz e Pedro Caetano) e Mente ao meu coração (F. Maltafiano).

Destes três, um é especialmente espetacular.

Nova Ilusão (Claudionor Cruz)

É de teus olhos a luz
Que ilumina e conduz
Minha nova ilusão
É nos teus olhos que eu vejo
O amor, o desejo do meu coração
És um poema na terra
Uma estrela no céu
Um tesouro no mar
És tanta felicidade
Que nem a metade consigo exaltar

Se um beija-flor descobrisse
A doçura e a meiguice
Que os teus lábios têm
Jamais roçaria as asas breijeiras
Por entre roseiras em jardins de ninguém
Ó dona dos sonhos
Ilusão concebida
Surpresa que é vida
Me fez das mulheres
Há no meu coração uma flor em botão
Que abrirá se quiseres


Poesia espetacular, não?

As músicas do Paulinho são lindas como todas as outras deste gênio da musica popular brasileira. E não só do samba. Aliás, eu não sei como o Paulinho não tem o mesmo reconhecimento dos grandes da MPB. Mas isto é assunto pra outro momento.

Vou deixar a letra de uma pérola sua deste disco.

Cantando (Paulinho da Viola)

Lembra daquele tempo
Quando não existia maldade entre nós
Risos, assuntos de vento
Pequenos poemas que foram perdidos momentos depois
Hoje sabemos dos sofrimentos
Tendo no rosto, no peito e nas mãos
Uma dor conhecida
Vivemos, estamos vivendo
Lutando pra justificar as nossas vidas
Cantando um novo sentido, uma nova alegria
Se foi desespero, hoje é sabedoria
Se foi fingimento, hoje é sinceridade
Lutando, ‘que não há sentido de outra maneira
Uma vida não é brincadeira
E só deste jeito é a felicidade


Há um partido alto (Perdoa) versado com seu grande e genial parceiro Elton Medeiros - que tambem assina a parceira do samba Dívidas na faixa 4 do lado A. Destaque para a maluca parceira com Sérgio Natureza (Vela no Breu) e para a nova versão de seu samba Coisas do mundo minha nega, considerada por ele seu melhor samba.

Os músicos também são de primeira. Nos violões, César Faria, seu pai, e Cristóvão Bastas. No cavaquinho, próprio Paulinho do Cavaquinho. No baixo, Dininho, filho do mestre Dino 7 Cordas. Na bateria, Hércules. Na flauta, Copinha. No bandolim, seu irmão mais novo, Chiquinho. E no ritmo, Elton Medeiros, Rafael, Chaplin, Jorginho, Elizeu, Marçal, Dazinho. E não pense que a bateria e o baixo descaracterizaram o samba, porque o Paulinho sempre gravou com eles e sempre ficou bom. Este é um timaço.

Um disco cativante, que já está na minha vitrola há dois meses.


Memória

De onde vem esta memória, revelando mundos
revirando tudo, como se fosse um tufão?
A varrer, cuspindo entulhos
num erguer e demolir de muros
nas esquecidas e despovoadas ruas de meu coração?
De onde vem esta memória
ás vezes festa, às vezes fúria
num abrir e fechar de portas
Louca procura de respostas, mistura de murmúrios
Fonte de delícias e torturas?
Onde anda agora essa memória?
No mundo da Lua, brincando de soltar subterfúgios
a ficar na sua, se fazendo de surda e me deixando assim
um dia, um ser perdido em lutas e outro
um pobre menino
a flutuar sonhos absurdos?
Onde anda essa memória
a que horas chegará, como sempre, obscura
com suas preciosas falhas
que recolho agradecido
para traçar o rumo de minhas canções?
Velhas estórias, memórias futuras?
Sei de onde vem, já sei por onde andou
Saiu para trocar de roupa, não pode andar nua

Amo o oceano que mantém no fundo
Os mistérios de sua natureza

Paulinho da Viola

Este trabalho reúne sambas meus e de ouros com um significado todo especial para mim. Uns, como NOVA ILUSÃO, PRA QUE MENTIR e MENTE AO MEU CORAÇÃO foram ouvidos por mim, pela primeira vez, de um amigo já falecido que papai considerava como irmão, chamado José Menezes, o Zezinho, dono de um poder de alegrar as reuniões de música que constantemente se faziam em nossa casa. Foram momentos que ficaram em minha memória de forma viva, acontecimentos que têm grande influência naquilo que hoje faço. Quando não era o Zezinho, era o Santiago, cantador de modinhas, ou então, o Álvaro Cardoso com aquele vozeirão, cantando sambas que fazia para os blocos de carnaval de Botafogo:

“Alta madrugada, já clareando o dia
e ela vem chorando, voltando da orgia...”

Os novos sambas que fiz, ou falam de fatos vividos por mim e aqui transcritos com humor, às vezes com lirismo, ou pretendem atingir um certo espírito de época como O CARNAVAL ACABOU e PERDOA, um partido alto à maneira dos velhos sambistas que ficavam horas numa festa ou num boteco tirando versos. Já COISAS DO MUNDO, MINHA NEGA, julgo uma regravação oportuna pois a primeira que fiz se encontra fora de catálogo e não foi muito bem feita. Além disso, é dos meus sambas, aquele que mais gosto. MEU NOVO SAPATO lembra qualquer coisa de Mário Reis e Sinhô numa aparente contradição tenta reafirmar, através da letra, o incômodo e necessário surgimento do Novo questionando e querendo transformar a vida. Não pretendo com isso chamá-lo de Novo Samba. Apenas VELA NO BREU poderia ser considerada uma exceção feita de parceria com meu amigo e poeta Sergio Natureza. Mas não é. Conheci e conheço muitas personagens semelhantes ao do samba. Um exemplo? Joãozinho da Pecadora, grande figura humana, capaz de transmitir lições de vida a qualquer pessoa. E existem muitos outros na vastíssima MEMÓRIA DO POVO BRASILEIRO.

Rio, 20 de janeiro de 1976

Paulinho da Viola

LADO A

1) Nova Ilusão - (Claudionor Cruz ePedro Caetano)
Cavaquinho e voz, PAULINHO DA VIOLA. Violões, CESAR FARIA E CRISTÓVÃO BASTOS. Flauta: COPINHA. Bateria, HERCULES. Afoxé, RAFAEL. Bambú, CHAPLIN.

2)Cantando - (Paulinho da Viola)
Cavaquinho e voz, PAULINHO DA VIOLA. Violões: CESAR E CRISTÓVÃO. Sax, COPINHA. Bandolim, CHIQUINHO. Surdo e afoxé, CHAPLIN. Pandeiro, ELTON. Agogô, DININHO. Tamborim e reco-reco, RAFAEL E HÉRCULES. Coro, MAREUZA, BETHY, RAFAEL, ELTON, CHAPLIN, SERGIO NATUREZA, CESAR E DININHO.

3) Abra teus olhos - (Paulinho da Viola)
Cavaquinho e voz, PAULINHO DA VIOLA. Bandolim, CHIQUINHO. Violão, CESAR FARIA. Flauta: COPINHA. Baixo, DININHO. Pandeiro, ELTON. Bateria, HÉRCULES. Agogô, CHAPLIN. Chocalho, RAFAEL.

4) Dívidas - (Paulinho da Viola e Elton Medeiros)
Voz e Violão, PAULINHO DA VIOLA. Ganzá, ELTON. Cuíca, MARÇAL. Pandeiro, DAZINHO. Tamborim, ELIZEU

5) Perdoa - (Paulinho da Viola)
Vozes, PAULINHO E ELTON. Cavaquinho, PAULINHO DA VIOLA. Violões, CESAR E CRISTÓVÃO. Bandolim, CHIQUINHO. Flauta: COPINHA. Agogô, DININHO. Tamborim, RAFAEL. Pandeiros, JORGINHO E ELTON. Afoxé, CHAPLIN. Coro, o mesmo anterior.
N.T. - Observem num dos canais, depois do segundo verso do Elton, como om Jorginho repinica no pandeiro com a ponta dos dedos. Disse que viu João da Bahiana fazer isso e aprendeu com ele.

6) Mente ao meu coração (F. Malfitano)
Voz e Violão, PAULINHO DA VIOLA. Violão, CESAR FARIA. Clarinete, COPINHA. Piano, CRISTÓVÃO. Baixo, DININHO. Bateria, HERCULES. Efeitos, RAFAEL. Cocalho e reco-reco, CHAPLIN.

LADO B

1) Pra que mentir - (Noel Rosa e Vadico)
Voz, PAULINHO DA VIOLA. Violão, CESAR FARIA

2) Velório do Heitor - (Paulinho da Viola)
Voz, cavaquinho e surdo, PAULINHO DA VIOLA. Violão, CESAR FARIA. Flauta, COPINHA. Piano, CRISTÓVÃO BASTOS. Baixo, DININHO. Bateria, HÉRCULES. Bambú, CHAPLIN. Chocalho, RAFAEL. Pandeiro, ELTON.

3) O Carnaval acabou - (Paulinho da Viola)
Voz e cavaquinho, PAULINHO DA VIOLA. Sax, COPINHA. Piano elétrico, CRISTÓVÃO. Violão, CESAR FARIA. Bandolim, CHIQUINHO. Surdo, HÉRCULES. Chocalho, DININHO. Tumbas, CHAPLIN. Pandeiro, ELTON. Reco-reco, JORGINHO. Tamborim, RAFAEL. Coro, o mesmo anterior.

4) Coisas do Mundo, Minha Nega - (Paulinho do Violão)
Voz e violão de centro, PAULINHO DA VIOLA. Violão de bossa, CESAR FARIA. Flauta e clarinete, COPINHA. Piano, CRISTÓVÃO. Baixo, DININHO. Chocalhos de flamboyant, CHAPLIN. Tamborim, RAFAEL. Pandeiro, ELTON. Bateria, HERCULES.

5) Vela no breu - (Paulinho da Viola e Sérgio Natureza)
Voz e Violão, PAULINHO DA VIOLA. Sax e Clarinete, COPINHA. Baixo, DININHO. Bateria, HERCULES. Tamborim, RAFAEL. Pandeiro, ELTON. Bambú, CHAPLIN.

6) Meu novo sapato - (Paulinho da Viola)
Voz, PAULINHO DA VIOLA. Piano, CRISTÓVÃO. Violão, CESAR. Flauta, COPINHA. Chapinhas, CHAPLIN. Baixo, DININHO. Bateria, HERCULES. Tamborim, RAFAEL. Caixa de fósforo e pandeiro, ELTON MEDEIROS.

(texto original do encarte do LP, lançado em 1976)










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Avaliação: ***** (excelente)

17 de outubro de 2006

O samba de terreiro

A primeira Escola de Samba surgiu no Estácio de Sá em 1928. Foi a Deixa Falar, fundada por Ismael Silva, Alcebídes Barcellos, entre outros. Nesta época, já existiam outros agrupamentos, mas estes não eram organizados. O nome “Escola de Samba” surgiu no Estácio porque este pessoal (que fez do samba, sincopado, e deu a ele as características que conhecemos hoje) eram os professores do samba, os mestres, assim como na Escola Normal do Rio de Janeiro (também situada no Estácio) saíam professores. Eram eles os professores, a turma que foi precursora do samba.

Existe até um samba (A primeira escola) de Pereira Matos e Joel de Almeida que comprova isso: “A primeira escola de samba surgiu no Estácio da Sá/ Eu digo isso e afirmo, e posso provar/ Porque existiam naquele tempo, os professores do lugar...” O próprio Cartola de Mangueira tirava o chapéu para os professores.

Nos anos 30, as escolas desfilavam cantando sambas quaisquer (só a primeira parte) e os melhores versadores improvisavam na segunda parte. Estes sambas saíam do terreiro das escolas (hoje, quadra). O samba de terreiro era, portanto, o que dava sustentação a escola de samba. Era praticado durante todo o ano e em fevereiro saía para a Praça 11 (local dos desfiles).

Este samba escolhido não tinha nada a ver com o enredo. Por exemplo: o desfile a Mangueira tinha um tema, todos iam fantasiados neste mote mas o samba era um samba de amor. Paulo da Portela, fundador da famosa agremiação de Oswaldo Cruz, foi o primeiro a cantar um samba que tinha relação com o enredo. Pelos idos de 30, ele cantou um samba assim: “Vou começar a aula perante a comissão, muita atenção que eu quero ver se diplomá-los posso/ Salve o ‘fessor’, dá nota a eles senhor/ Quatorze com dois doze, noves fora tudo é nosso”. Na pista, os portelenses iam vestidos de aluno...

Este formato de samba enredo (usando os sambas de terreiro no desfile) acabou quando Getúlio Vargas baixou uma norma obrigando os sambas enredo a terem uma temática histórica. Aí o samba de terreiro ficou restrito ao próprio terreiro e deixou de ser cantado em fevereiro. Nesta mesma época, Vargas passou a censurar os sambas com a temática da malandragem. Surgiu, então, o ‘malandro regenerado’.

Com o passar dos anos, os sambas de terreiro começaram a tocar nas rádios e serem gravados. Aí surgiu uma contradição: ao mesmo tempo que profissionalizava compositores, a ida destes sambistas para o rádio e para o disco desvirtuava o ritual das escolas. Já nos anos 30, José Gonçalves, vulgo Zé com Fome (depois Zé da Zilda), sambista de Mangueira, foi proibido de cantar um samba seu porque estava tocando nas rádios.

Porém, enquanto as escolas preservaram suas características, o samba de terreiro foi preservado (mesmo tendo virado samba de quadra). A partir do momento, entretanto, em que as escolas viraram “Super Escolas S.A.” e os sambistas perderam seus espaços dentro de casa, o samba de terreiro desapareceu. Aluízio Machado e Beto sem Braço cantaram em 1982: “Super escolas de samba S.A./ Super alegorias/ Escondendo gente bamba/ Que covardia”.

Seu Jair do Cavaquinho, um ano antes de sua morte setenciou: “O samba de terreiro não existe mais. Os jovens da escola não tem mais o espírito que nós tínhamos. Eles só querem saber de fazer um samba para gravar e ganhar dinheiro”.

Cartola e Carlos Cachaça, dois dos maiores nomes do samba e que fizeram muitos sambas para a Mangueira desfilar, viram com muita tristeza a deturpação do samba (tanto na quadra como na avenida). Um samba deles, Tempos Idos, já falava: “... e muito bem representado com inspiração de geniais artistas, o nosso samba, humilde samba, foi de conquistas em conquistas/... já não pertence mais à Praça, já não é samba de terreiro, vitorioso ele partiu para o estrangeiro...”

Hoje em dia, o samba de terreiro sobrevive nas rodas de samba. Em algumas quadras de escola, em bares, em quintais...

Henricão - Recomeço (1980)

NA VITROLA
Não vou começar a escrever sobre este disco sem antes contar como esta obra-prima foi parar em minhas mãos.

Eu já havia escutado alguns sambas ótimos dele nas rodas de samba e aí descolei o CD dele do ENSAIO da Cultura. No encarte, li a respeito de um disco solo que ele havia lançado. Na hora, lembrei que este disco havia passado pelas minhas mãos num sebo. No mesmo dia, fui ao tal sebo. Cheguei na hora de fechar a casa e tive procurar correndo a preciosidade. Achei. 8 contos.

Chegando em casa, escutei a relíquia. Aí minha felicidade foi completa. Arranjos primorosos, privilegiando a harmonia dos violões e do cavaquinho. O ritmo bem cadenciado com o surdo entrando sempre na hora certa.

As músicas são obras-primas. Está chegando a hora (Ai, ai, ai, ai, está chegando a hora/ o dia já vem raiando meu bem...) é um hino dos estádios de futebol de hoje. Era uma música mexicana (Cielito Lindo) que Henricão, sabiamente, adaptou em forma de samba. Carmelito é um antigo tango (Camiñito) que também virou samba. Estas duas faixas contam com a participação de Carmem Costa, que dividia os microfones com o sambista paulista nas rádios paulistanas nos anos 40.

O samba Não faça hora, feito em parceria Caco Velho, eu conheci nas rodas. É um samba paulistaníssimo, que faz referência ao famoso relógio da praça da Sé.

Não faça hora (Caco Velho - Henricão)


Não faça hora comigo
'Que eu não sou relógio da Praça da Sé
Não faça hora comigo
'Que eu não sou relógio da Praça da Sé

Sou doce, não sou sou de açúcar
Sou preto, não sou café (não é?)

Não faça hora comigo
'Que eu não sou relógio da Praça da Sé
Não faça hora comigo
'Que eu não sou relógio da Praça da Sé (não é?)

Pois é, tá tudo azul (não está?)
Está legal (não está?)
Eu não vim fazer hora
Senão pode ser, eu vou-me embora



As parcerias mais constantes (inclusive as duas adaptações já citadas) são com Rubens Campos. Mas também assinam parceria com Henricão os sambistas Raul Marques e Bucy Moreira, além de José Alcides, Dêdê, Vitor Gonçalves e Caco Velho.

Os sambas são sempre muito cadenciados e diferentes dos sambas cariocas. Suas composições têm uma característica bem própria, inclusive as parcerias com os malandros Bucy Moreira e Raul Marques.

Há no disco, ainda, uma marcha-rancho, Andorinha.

Andorinha (Henricão - Rubens Campos)

Andorinha, você fez o verão sozinha
Eu também estou igual ao beija-flor
A procura de um amor

Quando em revoada o seu bando separou
A fiel amiga nem sequer te procurou
Eu também ando fazendo verão
Até encontrar um coração



E, também, uma batucada (Saravá Umbanda). Porém, o mais surpreendente mesmo, para mim, foi a letra que Henricão colocou, no maravilhoso choro Sons de Carrilhões, de João Pernambuco. Vale a pena transcrever:

Sons dos Carrilhões (João Pernambuco/ Henricão)
Meu grande amor, eu vou partir
Sei que saudade irá sentir
Pois eu fiz tudo para lhe agradar
Me faz sofrer, me faz penar
Quando distante, eu estiver
Pode pensar o que quiser
Pode dizer que eu fui louco em deixar
Este meu divino lar

Mas pra que viver com quem não quer viver
Eu sempre fui sacrificado em pró do seu pudor
Pelo amor do nosso amor
Mas você sempre fingiu não compreender
O que passou na minha vida
Foi um sonho meu desiludido
O meu amor ardeu



É isso aí. Paulista também faz samba de primeira. Segue o texto da contra-capa do disco de 1980.


"Na recente visita do papa ao Brasil, milhões de pessoas – em diversas ocasiões, em diferentes pontas do País – se despediram de João Paulo II cantando “Está chegando a hora”. Eles estavam apenas repetindo um hábito que já se tornou tradicional, entre nós, nas grandes comemorações futebolísticas e nos finais de bons bailes. E mal sabiam que o responsável por esse sucesso carnavalesco, Henrique Felipe da Costa, estava naquele mesmo início de julho reiniciando sua carreira artística gravando este disco. Desde 1956 Henricão – compositor também de outros sucessos como “Casinha da Marambaia” e “Carmelito” – não gravava.

O ostracismo estava deixando o veterano sambista “cheio de tristezas”. Afinal, no carnaval deste ano, a Vai-Vai, escola de samba mais popular de São Paulo, que ele ajudara a fundar, comemorava 50 anos de existência oficial, mas Henricão não tinha sido convidado sequer para assistir um ensaio na quadra do Bixiga. Outro aborrecimento era a falta de notícia da cantora com quem formara famosa dupla nos anos 30 e 40. Por onde andaria aquela Carmelita Madriaga, a moça que tirou ele de um programa de calouros, transformou em sua parceira de palco, batizou com o nome artístico “Carmem Costa” e deu de presente para a música popular brasileira?

Fui encontrá-lo assim, com essas inquietações, no início de 1980. A minha missão era escrever uma reportagem sobre a Vai-Vai para o Jornal da Tarde. Por indicação do fotógrafo e pesquisador musical Dirceu Leme, localizei Henricão trabalhando numa casa de carros usados da “boca” da rua Helvetia, no decadente Campos Elíseos. E morando num apartamentinho entre armazéns de transportadores no Pari.

Henricão, com seus 150 quilos, é um sujeito forte para quem está com 72 anos. Uma idade que não o impedia, naquela época, de fazer muitos projetos. Um deles: gravar de novo um disco. Só que este desejo tinha uma barreira: o desdém com que os produtores de algumas gravadoras o recebiam.O que era uma injustiça não só para ele, mas também para a nossa música, que ficaria sem um documento digno da produção que ele realizou. Senti que o samba precisava de ajuda.

A mágoa com a Vai-Vai era tão forte que ele nem quis aceitar o convite para assistirmos juntos o carnaval na Avenida Tiradentes. Por sorte, em fevereiro, a Carmem Costa estava fazendo uma temporada na cidade, no “Ópera Cabaret”, do Bexiga. Levei o Henricão até lá. Foi um reencontro memorável. Carmem chamou o antigo companheiro ao palco e, de improviso, eles cantaram e dançaram alguns velhos sucessos da dupla. O público delirou, gostou de ver aquele negrão de cabelos e cavanhaque brancos, sambando com muita facilidade e meio encantado... como seu sorriso todo branco deixava perceber. Até parecia que os bons tempos tinham voltado: o gerente da casa contratou Henricão para terminar a temporada com Carmem.

Dias depois, ele estaria falando, por indicação minha, com Aluízio Falcão, da rádio e estúdio Eldorado. O Henricão cativou Aluízio logo de cara. Primeiro ele gravou um programa para a rádio, em que cantou e fez um depoimento. Recordou seu passado, como o dia em que saiu de Itapira, trazido para São Paulo por um comerciante corintiano que se entusiasmou ao vê-lo joga no gol do time local. O homem queria que aquele rapaz negro jogasse no Corinthians, mas em São Paulo o moço interiorano gostou mais das gafieiras. E logo estaria cantando em rádios. Um dia se aventurou, foi para o Rio. Lá a sua estrela artística começou a brilhar, especialmente a partir do momento em que Ataulfo Alves lhe apresentou a futura Carmem Costa. Excursionou pelo País, escreveu mais de cem músicas, conheceu o sucesso. Trabalhou, também, como ator, em teatro, cinema e televisão. Ganhou prêmios... No programa da rádio, ele contou tudo em detalhes.

Passaram-se algumas semanas até que Henricão fosse chamado de volta à Eldorado, desta vez para tomar conhecimento de que seu disco, o tão esperado disco, seria feito. Ao receber a notícia, ele chorou convulsivamente. “Coloquei todas as tristezas para fora”, diria depois. E voltaria a chorar durante a gravação, fazendo o seu gorro de lenço. No estúdio, encontrou fãs e fez amigos. Um deles, o Edson José Alves, filho de Juci, antigo integrante do “Rago e seu regional”, que acompanhou Henricão no auge de sua carreira. O sambista se comoveu com a dedicação de Edson nos arranjos e, especialmente, quando o acompanhou, com um violão de cordas de aço em “O Som dos Carrilhões”. A música é um imortal choro de João Pernambuco, no qual Henricão colocou letra, agora pela primeira vez gravada.

Todas as músicas deste disco foram escolhidas pelo próprio compositor e cantor. Tudo foi feito de maneira natural, que é a própria maneira se ser de Henricão. Um tipo de gente que hoje é rara. Sincero, sensível, simples. Como é também a sua música, pois ela não passa do retrato do seu dia-a-dia. A história dos amores perdidos, dos fatos observados na rua. A crioula que ele esperava debaixo do relógio da praça da Sé deu mancada? Não tem importância, isto lhe inspirou um samba. Aquela outra o abandonou, magoando-o muito? De seu coração surgiu “Sou Eu”, que Paulo Vanzolini considera um dos melhores sambas paulistas. Certa vez, durante uma festa pública em Pernambuco, viu que a platéia gostava muito de cantar “Cielito Lindo”, uma música mexicana. Aproveitou, escreveu nova letra para ela, transformando-a num samba de respeito, a tempo de apresentá-lo durante a festa. Assim nasceu a sempre cantada “Está chegando a hora”. Outra vez, num bar, teve a idéia de compor “Casinha da Marambaia” ao escutar a conversa de dois aspirantes a fuzileiros navais...

Seu companheiro na maioria das composições é outro paulista, Rubens Campos, que um dia também foi pro Rio. Certa ocasião, eles estavam na Praça Tiradentes, sentados, e um bando de andorinhas sobrevoava o local com insistência. Indo e vindo. Mas uma das aves, notou Henricão, não se misturava com as outras, voava sempre mais atrás um pouquinho. Ele disse ao amigo: isso dá música. O Rubens brincou: “O, Henricão, você de tudo quer fazer música!”. Ele não se incomodou. No dia seguinte iria ao escritório de despachante do parceiro apresentar-lhe os primeiros versos da marcha-rancho “Andorinha”. Até sua sobrinha Dedé ajudou na composição.

Para que essa música fosse incluída no disco, foi preciso arranjar um bombardino, instrumento hoje em desuso. Era a vontade do sambista e assim foi feito. Da mesma forma como se organizou um “regional”, coisa que não se usa mais em gravações, para acompanhá-lo. Esse acompanhamento foi intencionalmente despojado, de modo que a voz de Henricão fosse registrada com clareza. Respeitou-se também o seu modo de falar. Assim como o seu desejo e gravar com Carmem – e ela está nas faixas “Carmelito” e “Está chegando a hora”. Henricão está satisfeito, acha que capricharam mesmo, diz que agora já pode morrer em paz... se bem que, pensando melhor logo em seguida ele diz que isto é apenas o recomeço. E sorri seu branco sorrisão, amigo, infantil, contagiante. Humano."

Júlio Moreno - Outubro de 1980
LADO A
1) SÓ VENDO QUE BELEZA - (Marambaia)
(Henricão - Rubens Campos) - 2'12"

2) ANDORINHA
(Henricão - Rubens Campos) - 2'48"

3) SONS DOS CARRILHÕES
(Henricão - João Pernambuco) - 2'28"

4) SOU EU
(Henricão - José Alcides) - 3'18"

5) CARMELITO *
(Adaptação de Henricão e Rubem Campos sobre a melodia "Camiñito", de Penaloza e Juan De Dios Filesberto) - 3'47"

6) SARAVÁ UMBANDA
(Henricão - Dedê - Vitor Gonçalves) - 2'54"

LADO B
1) ESTÁ CHEGANDO A HORA *
(adpatação de Henricão e Rubem Campos sobre a melodia "Cielito Lindo", de Fernandez) - 3'48"

2) DEU CUPIM
(Henricão - José Alcides) - 2'13"

3) NÃO FAÇA HORA
(Henricão - Caco Velho) - 2'20"

4) JÁ É MADRUGADA
(Henricão - Rubens Campos) - 2'37"

5) MEU CRIME
(Henricão - Bucy Moreira - Raul Marques) - 2'47"

6) MEU GRANDE DESEJO
(Henricão - Raul Marques) - 2'37"

FICHA TÉCNICA
PRODUTOR FONOGRÁFICO: Estúdio Eldorado Ltda.
COORDENAÇÃO ARTÍSTICA: Aluizio Falcão
PRODUÇÃO E DIREÇÃO MUSICAL: Edson Alves
TÉCNICO DE GRAVAÇÃO E MIXAGEM: Flávio A. Barreira
FOTO CAPA: Oswaldo Luiz Palermo
DIREÇÃO DE ARTE: Ariel Severiano
ASSISTENTE DE ARTE: Flávio Machado

* Participação especial da intérprete CARMEM COSTA, gentilmente cedida pela Gravadora CONTINENTAL

(texto do LP original, lançado em 1980)


Avaliação: ***** (excelente)

Nasceu!

No dia 17 de outubro de 2006, às 20 horas e 20 e poucos minutos, nasceu este blog. Que atinja seu propósito de valorizar o que o Brasil tem de melhor, a sua cultura popular.
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