Certa vez, numa discussão em uma mesa de bar, manifestei a minha indignação com o fato de Paulinho da Viola não ter o mesmo reconhecimento que Chico, Caetano, Gil, e outros têm na MPB. Paulinho é um grande sambista e só. Nunca é incluído ao lado destas figuras. Quando citam Paulinho, é ao lado de gente do samba. Sempre.
O que falta ao Paulinho? O que Chico fez que ele não fez? Ópera, livro? E o Chico já lançou um álbum só de choro? Já emplacou samba-enredo na avenida? Eu sei que não tem cabimento a comparação. Cada um tem seu valor. Mas então por que o Paulinho não aparece no panteão dos grandes da MPB? Por que ele tem “da Viola” no nome? Por que ele é do samba?
“André, como você pode comparar o Chico com alguém?” disse-me alguma menina, na discussão. Ele é incomparável? Não. A genialidade se expressa de diferentes maneiras. A genialidade de Chico é diferente da genialidade de Paulinho, que por sua vez, é diferente da genialidade de Pixinguinha. Mas todos são gênios.
A discussão se prolongou e eu fui bombardeado. Estava sozinho. Não consegui explicar que eu não queria comparar um com o outro. Apenas queria deixar claro que Paulinho, como o Chico, também transita por várias linguagens. Também é gênio. Um não precisa superar o outro.
Levantei esta questão porque vejo, no Brasil, um preconceito velado com os sambistas profissionais. O samba é exaltado como característica singular de nossa cultura, mas não é algo “refinado”. Basta ver que Paulinho da Viola recebeu um cachê bem menor que os “cults” Chico, Caetano, Gil e Gal num show-tributo a Tom Jobim, quando este morreu.
E citei Paulinho da Viola por ele ser o sambista mais exposto à mídia. Mas, quando vejo mestres da música como Wilson Moreira e Elton Medeiros sem o menor reconhecimento, fico triste. Gosto de mostrar para os meus amigos os sambas destes bambas. “Elton quem?” Elton Medeiros. Escute o samba ‘Pressentimento’ e analise você mesmo... “Wilson Moreira? Nunca ouvi falar”. Então repare nos versos de ‘Não foi ela’.
Está na hora de pararmos de vangloriar os lixos americanos que invadem as frágeis mentes da juventude e fazermos com que o samba se imponha. Como foi outrora. Para novamente ser nossa filosofia.
O que falta ao Paulinho? O que Chico fez que ele não fez? Ópera, livro? E o Chico já lançou um álbum só de choro? Já emplacou samba-enredo na avenida? Eu sei que não tem cabimento a comparação. Cada um tem seu valor. Mas então por que o Paulinho não aparece no panteão dos grandes da MPB? Por que ele tem “da Viola” no nome? Por que ele é do samba?
“André, como você pode comparar o Chico com alguém?” disse-me alguma menina, na discussão. Ele é incomparável? Não. A genialidade se expressa de diferentes maneiras. A genialidade de Chico é diferente da genialidade de Paulinho, que por sua vez, é diferente da genialidade de Pixinguinha. Mas todos são gênios.
A discussão se prolongou e eu fui bombardeado. Estava sozinho. Não consegui explicar que eu não queria comparar um com o outro. Apenas queria deixar claro que Paulinho, como o Chico, também transita por várias linguagens. Também é gênio. Um não precisa superar o outro.
Levantei esta questão porque vejo, no Brasil, um preconceito velado com os sambistas profissionais. O samba é exaltado como característica singular de nossa cultura, mas não é algo “refinado”. Basta ver que Paulinho da Viola recebeu um cachê bem menor que os “cults” Chico, Caetano, Gil e Gal num show-tributo a Tom Jobim, quando este morreu.
E citei Paulinho da Viola por ele ser o sambista mais exposto à mídia. Mas, quando vejo mestres da música como Wilson Moreira e Elton Medeiros sem o menor reconhecimento, fico triste. Gosto de mostrar para os meus amigos os sambas destes bambas. “Elton quem?” Elton Medeiros. Escute o samba ‘Pressentimento’ e analise você mesmo... “Wilson Moreira? Nunca ouvi falar”. Então repare nos versos de ‘Não foi ela’.
Está na hora de pararmos de vangloriar os lixos americanos que invadem as frágeis mentes da juventude e fazermos com que o samba se imponha. Como foi outrora. Para novamente ser nossa filosofia.
4 comentários:
Fala André,
Paulinho explicou um pouco isso aí naquela música 14 anos.
Não quero simplificar muito a discussão, até porque a questão passa realmente por um turbilhão de coisas, como citou o Hélio.
Agora tenho que lembrar o Hélio que foi 'uma pessoa que escreve em jornal' quem fez o mais justo (provavelmente o mais justo) reconhecimento da obra de Paulinho da Viola, com o documentário Meu tempo é hoje.
Abs
Oi André!
Sou fã incondicional do Chico Buarque, mesmo porque, ele foi o primeiro grande compositor que eu aprendi a admirar. Aprendi a gostar de música boa por causa dele. E depois vieram as novas descobertas, e como não poderia deixar de ser, o samba me tomou de encanto. Fora todas as outras grandes referências que me influenciam no gosto pelo samba, decobri no Paulinho da Viola um poeta de primeiríssima qualidade. O que não fez diminuir em nada o meu amor pela poesia do Chico, ao contrário, ao lado do Chico, ele se tornou uma das minhas principais referências musicais. E assim como você disse, nada tem a dever em comparação com o Chico. Apesar de esta discussão ter lá a sua importância, não nos esqueçamos que ambos são frutos do esquecimento popular das novas gerações. Nisso nós devemos nos unir mais em prol do resgate da boa e autêntica música brasileira, considerando estes dois grandes compositores, como os principais representantes vivos da nossa boa música! A genialidade de ambos - como você mesmo disse - está nivelada e há que ser analisada de pontos de vista diferentes.
Parabéns pelo excelente site.
Abraço!!!
Sou muito mais o Paulinho da Viola que o Chico Buarque. Não entendo por que você parece recear admitir essa possibilidade no seu texto. Aliás, não acho Chico Buarque nenhum gênio, e creio que o pessoal 'da sua mesa' não fez mais que defender um lugar comum na visão cultural mediana brasileira. Paulinho como sambista é gênio. Digo 'como sambista' sem problemas, acho um elogio. O samba é, a meu ver, maior que a MPB.
O samba sem dúvida é maior que a MPB.
A Tropicália é o atraso da vanguarda!
Paulinho da Viola é um estupendo compositor, poeta e um príncipe do Brasil Real.
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