23 de abril de 2008

Edu Batata comanda a roda no Clube Anhanguera


Grandes nomes do samba já passaram pelo Clube Anhanguera. Outros novos nomes, ainda não consagrados, ainda não reconhecidos, mas nem por isso menos talentosos, vira e mexe, também pintam por lá.
Depois de rodas memoráveis com Chico Médico e Wilson Sucena, é hora de mais uma "revelação" do samba de São Paulo dar as caras no já tradicional “clube de samba” do Bom Retiro, o Clube Anhanguera.

Edu Batata, pra quem não conhece, é um dos melhores cavaquinistas que tem por aí, nas rodas de malandragem, além de ser um exímio compositor. Ex-integrante dos Inimigos do Batente e do conjunto Samba Rahro, se prepara agora pra lançar seu primeiro disco.

A roda desta sexta-feira promete ser inesquecível. Afinal, Batata se reencontrará com os amigos “Inimigos”. E quem se lembra daquelas rodas no Espaço CUCA, com ele no comando do cavaco, sabe que o samba é fino.

Sem delongas, até sexta.

Inimigos do Batente convidam Edu Batata

Local: Clube Anhangüera

Endereço: Rua dos Italianos nº1261 – Bom Retiro – São Paulo - SP

Data: 25/04

Horário: a partir de 22h

Ingressos: R$ 10,00 + um agasalho ou alimento não-perecível para doação a entidades assistenciais do bairro

Como chegar: Marginal Tietê (sentido Penha), passando a Ponte da Casa Verde, terceira rua à direita, primeira à esquerda e novamente primeira à esquerda.

10 de abril de 2008

Os sebos, guardiões de nosso tesouro musical

Quem não tem uma vitrola e desconhece o processo de garimpo em sebos não sabe o que está perdendo.

O que tem de disco bom perdido por aí em sebos não é brincadeira. A maioria dos sebos têm uma seção de discos de 1 real... E é aí que se escondem as maiores jóias. Garimpar dá trabalho e exige tempo, mas vale a pena.

Sim, porque misturados com discos do Jorge Costa, Henricão, Wilson Moreira, João Nogueira, Martinho da Vila e Partido em 5, há uma infinidade de discos da Xuxa, do Julio Iglesias, da Maria Betânia, do Ray Coniff, de novelas da Globo e, claro, do rei Roberto Carlos...

Então, é necessário paciência. Muita paciência. Faça o seguinte, tire uma tarde livre e vá a um sebo, pergunte pela seção de 1 real, puxe um banquinho e comece a olhar disco por disco. Certamente encontrará alguma jóia (provavelmente sem capa e sujo). Leve para casa, dê uma boa lavada e... pronto. Lavou, ta novo.

Pra quem duvida do que estou falando, segue uma lista de discos excelentes que paguei um real.

Martinho da Vila - Nem todo crioulo é doido
Os bambas do Partido Alto
Partido em 5 vol. 1
Partido em 5 vol. 4
Olé do partido alto vol. 3
Bezerra da Silva - Partido Alto nota 10 vol. 1
Escola de Samba Portela (1964)
Arte Negra de Wilson Moreira e Nei Lopes
João Nogueira - Clube do Samba

etc...

Eis a dica... garimpem.

2 de abril de 2008

25 anos sem Clara Nunes


Lá se vão 25 anos... Na manhã do dia 2 de abril de 1983, o Brasil perdia Clara Nunes, a nossa Guerreira do Samba.

Foi ela quem quebrou o tabu de que mulher não vendia discos.

Foi ela quem conquistou o Brasil nos anos 70. Com ela o samba estava em evidência.

Quanta falta faz para nós Clara Nunes. Com ela, teríamos mais uma representante digna do samba. Não precisaríamos forjar cantoras de samba, como lamentavelmente ocorre na data presente.

Por um capricho do destino, perdemos nossa maior sambista. Sim, porque não havia e jamais haverá cantora de samba como Clara. Alguém que respirava o samba da maneira mais pura possível.

Era ela a madrinha da Velha Guarda da Portela. Era ela puxadora de sambas-enredo da Portela. Uma portelense.

Clara Nunes. Um ser de luz. A mineira guerreira.

Poderia deixar com vocês um samba cantado por ela, mas vou colocar aqui as duas belas homenagens feitas a ela.

Flor do Interior (Manacéa)

A Velha Guarda da Portela
Chorou, chorou
Até hoje ainda chora
Sua madrinha foi embora
Só a saudade que ficou

Foi triste a despedida
Da Flor Clara do interior

No calor da alegria
No mundo da fantasia
Ela sorria
Sua beleza exuberante
Não esqueço um só instante
Sua magia

Era a Guerreira do samba
Nascida em Minas Gerais
Não esqueceremos jamais






Um ser de luz (João Nogueira - Paulo César Pinheiro - Mauro Duarte)

Um dia um ser de luz nasceu
Numa cidade do interior
E o menino Deus lhe abençoou
De manto branco ao se batizar
Se transformou num sabiá
Dona dos versos de um trovador
E a rainha do seu lugar
Sua voz então ao se espalhar
Corria chão, cruzava o mar
Levada pelo ar
Onde chegava espantava a dor
Com a força do seu cantar

Mas aconteceu um dia
Foi que o menino Deus chamou
E ela foi pra cantar
Para além do luar
Onde moram as estrelas
A gente fica a lembrar
Vendo o céu clarear
Na esperança de Vê-la, sabiá

Sabiá
Que falta faz tua alegria
Sem você, meu canto agora é só
Melancolia
Canta, meu sabiá, voa, meu sabiá
Adeus, meu sabiá, até um dia




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O Couro do Cabrito by André Carvalho is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.
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