26 de julho de 2007

Paulinho Acustico - Eu vi e aprovei

Há algum tempo, eu escrevi umas linhas neste blog sobre o Acústico do Paulinho da Viola (leia aqui). Disse que já havia passado da hora da mídia valorizar o mestre Paulinho da Viola. Agora eu escrevo minhas impressões sobre a gravação deste Acústico.
-----

Fui, nesta última terça-feira, à gravação do Acústico MTV Paulinho da Viola num galpão na Vila Leopoldina, São Paulo. Assim como todos os outros programas do gêneros produzidos pela MTV, foi uma superprodução. Um cenário majestoso, uma banda entrosada (e grande) e arranjos primorosos.

O time que se apresentou com Paulinho é o seu time. Paulinho não precisou mudar em nada seu modo de gravar discos e seu modo de se apresentar. Como sempre, estava lá o maestro Cristóvão Bastos no piano,
Dininho no baixo acústico, Cristina Buarque no coro, seu filho no violão... Os percussionistas eram capitaneados por Marcos Esguleba, fantástico ritmista. Havia também uma orquestra de violinos totalmente entrosada à batucada. Os outros músicos não-citados também tocaram primorosamente.

Engana-se quem pensa que Paulinho gravou apenas as músicas mais conhecidas. Estas não passaram de 40 % do repertório. As chamadas “lado
B” dominaram a gravação. Lindo!! Não vou falar mais pra não estragar a surpresa...

Aguardem um ótimo DVD/CD de samba do Paulinho. O mestre teve um Acústico (e qual disco de samba não é assim) a altura de sua genialidade.

23 de julho de 2007

Preservemos nossas capas (e contracapas) originais!

A arte das capas dos discos deveria ser tão preservada quanto aos próprios fonogramas, meticulosamente remasterizados em seus relançamentos. Afinal, um álbum é não é composto de música apenas. Quando a arte final é alterada, todo um trabalho é posto de lado.

Certa vez, eu li um artigo de Ruy Castro falando sobre a invasão dos japoneses nos sebos brasileiros. O mais curioso é que eles buscavam apenas as capas dos discos. Isso porque no Japão são relançados muitos álbuns brasileiros antigos e, como as gravadoras brasileiras cedem apenas os fonogramas, eles têm que rebolar para conseguir as capas dos discos. Mas eles conseguem e relançam os discos com suas artes gráficas originais.

Infelizmente, muitas vezes, o mesmo não acontece com os relançamentos feitos aqui no Brasil. Talvez por falta de vontade de procurar as capas originas em sebos e colecionadores... Ou talvez por puro descaso mesmo... O fato é que são raros os relançamentos com a contracapa original no encarte. Muitas vezes eles sequer reproduzem os textos presentes nos discos. Às vezes, eles vão mais longe ainda e relançam discos com as capas alteradas. Absurdo!!!

Neste ano de 2007, eu recebi com grande satisfação a notícia que diversos discos de samba produzidos pelo japonês Katsunori Tanaka seriam relançados. Alguns deles, pela primeira vez em CD. Minha alegria acabou-se na mesma hora em que vi que nenhum disco foi lançado com sua capa original. Lindas capas (caso de “Homenagem a Paulo da Portela” da Velha Guarda da Portela e “Peso na Balança” de Wilson Moreira) foram grosseiramente alteradas. A culpada: a Atração Discos, que não teve o trabalho de buscar as capas originais.

Mas tem gente que deve ser elogiada. Charles Gavin, baterista dos Titãs e dono de um vasto acervo de discos, contribuiu, e muito, para que os relançamentos das antigas gravadoras Odeon e RCA Victor mantivessem suas capas e contracapas originais em seus relançamentos.

È preciso seguir os passos de nossos amigos japoneses (que tanto fazem por nossa música) e buscar as capas originais de nossas pérolas musicais em sebos, baús, armários... Ou então continuemos com esta preguiça corrosiva e façamos como faz a distribuidora Atração, limitando-nos a conceber novas (e horríveis) capas para os discos, sem nos importarmos com o trabalho de artistas que estampam suas obras nas capas dos discos.

19 de julho de 2007

A irmãzinha sambista do Chico

Toda vez que falam que o Chico Buarque é sambista eu falo: "Não, sambista é a irmã caçula dele, a Cristina. Essa sim é sambista".

Cristina é uma das maiores pesquisadoras de samba da atualidade. Sua relação com a Portela é umbilical e, graças a ela, muitos sambas da antiga são cantados até hoje. Ela é a representante da família Buarque de Holanda que entrou de cabeça no fantástico mundo do samba.

Este vídeo dela acompanhada da Velha Guarda da Portela mostra bem todo o seu talento.


Creative Commons License
O Couro do Cabrito by André Carvalho is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.
Permissions beyond the scope of this license may be available at www.creativecommons.org.br.