28 de fevereiro de 2010

Praça do Samba

E é mais um que foi sem dizer adeus

Faleceu ontem, às 17h, vítima de falência múltipla dos órgãos, o sambista e alfaiate Walter Nunes, o Walter Alfaiate, um dos maiores. Ele estava internado desde o final de novembro, o que provocou algumas homenagens de sambistas em sua homenagem. Seu estado se agravou nos últimos dias e ele não resistiu.

O samba fica mais triste e perde uma de suas referências. Descanse em paz, mestre.

25 de fevereiro de 2010

Monarco no Clube Anhangüera!


Meu grande parceiro Artur Tirone, popularmente conhecido pela alcunha de Favela, várias vezes, entre alguns tragos e bons papos, me disse assim: “Piruca, quero levar o Monarco pro Clube Anhangüera, vai ser histórico!”. Eu, ciente do grande valor que esta figura representa pro samba e pra nossa música popular, sempre consentia e respondia que sim, ele realmente seria um convidado de peso para o já tradicional “Projeto Anhangüera dá Samba”, evento que reúne mensalmente grandes nomes do samba.

Semanas atrás, recebi uma mensagem do Favela: “Monarco confirmado”. Duas palavras que carregavam muita alegria e sentimento de dever cumprido. Ontem, conversando com ele, sugeri, brincando, que ele fizesse uma reforma estrutural no octogenário Clube Anhangüera, pois nesta sexta-feira próxima, o samba que lá será realizado vai levantar poeira e abalar as estruturas!

Monarco é um dos maiores e mais importantes sambistas vivos da atualidade. Grande baluarte da Portela, é integrante da Velha Guarda e memória viva da Escola de Oswaldo Cruz. Aos 76 anos de idade ainda mantêm a categoria que o consagrou como um dos maiores intérpretes de samba de todos os tempos. Um mestre genial que dará o ar de sua graça nesta sexta-feira, dia 26. Todos lá!!

Inimigos do Batente convidam Monarco
Local: Clube Anhangüera
Endereço: Rua dos Italianos nº1261 – Bom Retiro – São Paulo - SP
Data: 26/02
Horário: a partir de 22h
Ingressos: R$ 10,00
Como chegar: Marginal Tietê (sentido Penha), passando a Ponte da Casa Verde, terceira rua à direita, primeira à esquerda e novamente primeira à esquerda.

24 de fevereiro de 2010

Peso é peso



Peso é peso. Então, abre a roda, moçada, que o samba é pesado. No próximo final de semana a Paulicéia será a capital do samba, com a gravação do CD Peso é Peso. No espetáculo que acontecerá na Sala Adoniran Barbosa, no Centro Cultural São Paulo, no sábado e no domingo, Tuco e seu Batalhão de Sambistas se apresentarão ao lado de algumas das maiores lendas vivas do samba: Nelson Sargento, Monarco, Cristina Buarque e Francinete.

Fernando Pellegrino, o Tuco, é um dos gogós de ouro do Terreiro Grande e se prepara agora, junto de seu Batalhão de Sambistas, para registrar em CD - que será gravado ao vivo, no palco, mas com o espírito de uma roda de samba - sua potente voz. O repertório é aquele que ele gosta de cantar, e que o faz tão bem: sambas de terreiro das Escolas do Rio e sambas da Era de Ouro, quando nossas rádios tocavam aqueles bons sambas “do asfalto”.

Quem quiser acompanhar estes shows poderá ter a sorte grande. O Couro do Cabrito vai sortear quatro pares de ingresso (dois para cada dia). Para levar, basta enviar um e-mail para carvalhoandre@gmail.com colocando o nome completo e telefone para contato. Os quatro primeiros e-mails que chegarem à minha caixa de entrada serão os contemplados. Aí, se o seu telefone tocar, e eu estiver do outro lado da linha, é por que você levou.
PROMOÇÃO ENCERRADA

Até lá!

Serviço:

Tuco & Batalhão de Sambistas convidam Nelson Sargento (participação especial de Cristina Buarque e Francinete)

Data: 27 de fevereiro (sábado) às 19 horas
Local: Centro Cultural São Paulo - Sala Adoniran Barbosa
Endereço: Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso - São Paulo - SP
Preço: 20 reais
Informações: (11) 3397 4002/ ccsp@prefeitura.sp.gov.br

Tuco & Batalhão de Sambistas convidam Monarco (participação especial de Cristina Buarque e Francinete)

Data: 28 de fevereiro (sábado) às 18 horas
Local: Centro Cultural São Paulo - Sala Adoniran Barbosa
Endereço: Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso - São Paulo - SP
Preço: 20 reais
Informações: (11) 3397 4002/ ccsp@prefeitura.sp.gov.br

22 de fevereiro de 2010

Projeto Resgate

O autor acompanhado da rapaziada do Resgate

Certo dia, recebi um recado aqui neste blog. Era de um pessoal de Porto Alegre, divulgando o trabalho que faziam com samba por lá. Peguei o contato de um deles e passei a trocar idéias, experiências e sambas. O nome do sambista era Fernandinho e sua agremiação, Projeto Resgate. Hoje alguns meses após esta descoberta, traço algumas linhas em louvor a essa rapaziada.

Pouco tempo depois de conhecer o blog do Resgate e escutar alguns áudios de suas rodas, comentei com alguns amigos do Samba de Mauá sobre o samba do Sul. Edinho e Marcelo Baseado, dois dos ótimos sambistas de lá, também mantinham contato com eles e, assim como eu, tinham grande curiosidade de conhecer “in loco” o projeto deles. O tempo foi passando até que, em janeiro último, fui a Porto Alegre. A primeira coisa que fiz chegando lá foi ligar para o Fernandinho. “Tô na área!”, disse eu. “Amanhã a gente toma aquela Brahma e arma o samba”, respondeu ele.

No dia seguinte, lá fui eu para o boteco (2,50 a Brahma, é sempre bom lembrar) encontrar a renca. Ficamos apenas bebericando e adiamos o samba para o dia seguinte. Entre uma garrafa e outra, pude conhecer algumas das personalidades que ainda não conhecia: Mario, Tiagão e companhia limitada. Tudo gente boa.

No dia seguinte, fomos para um outro bar armar a batucada. O Fernandinho me disse que a roda não estava completa, mas tava bonita viu? Na hora que vibrou o surdo pela primeira vez, fechei os olhos e senti o peso do samba, vindo com um côro impecável. Sorri e pensei com os meus botões: “Que beleza, o samba da gauchada é bom mesmo”. Quando findou o samba, usei a expressão que eles usam quando gostam de algo: “Aí que me refiro!!!”.

A cada música apresentada por eles ficava a certeza de que Porto Alegre está bem representada no cenário nacional do samba. Muita classe têm aquela gurizada. Gostei mesmo.

O Projeto Resgate é uma agremiação que ajuda a manter acesa a chama do samba. Sambistas de muito valor, despidos de vaidade, com muita humildade e um proceder impecável. Parabéns a vocês, meus amigos.

Segue abaixo, para quem ainda não conhece, um áudio de uma roda de samba armada por eles lá nos pampas:

19 de fevereiro de 2010

Carnaval, doce ilusão...

Quando o Carnaval termina, sempre fica impregnada em nós - e por alguns dias - a lembrança do reinado de Momo. Mas, do jeito que as coisas hoje vão, do que nos lembraremos amanhã? Da decadência galopante das Escolas de Samba, cada vez mais subjugadas a interesses alheios, ou da farra que voltou a ocorrer nas ruas das cidades, graças aos blocos?

Há décadas, vemos a tradição das nossas Escolas de Samba ir para o bueiro. Se antes o folião participava ativamente do desfile de sua escola de coração, hoje ele tem de tentar a sorte de conseguir um lugar na arquibancada e acompanhar de longe a “maior festa do planeta”, repleta de celebridades e turistas. Para o bom sambista da comunidade, alijado de sua própria casa, resta a torcida, de longe.

Sambar no chão, cantando e brincando é o que gosta de fazer um bom folião. E antes, com as Escolas de Samba era assim. Hoje, com os blocos, pode ser assim. Por isso é importante manter longe destas agremiações, que dão um alento e esperança ao nosso carnaval, as cordas e os abadás que separam quem pode e quem não pode participar da diversão. Bloco bom é sem divisão. Todo mundo sambando e desfilando junto.

Neste carnaval, eu vi bloco que canta marchinha antiga e vi bloco que canta marcha nova, autoral, com enredo e tudo mais. Gosto mais deste ultimo modelo. É importante que novas marchas surjam a cada carnaval pois assim há uma renovação que por muitos anos foi interrompida. O que senti falta foi de escutar mais sambas carnavalescos nas ruas. Seria legal ver mais blocos cantando samba.

Outro ponto que gostaria de repercutir por aqui: acho que o carnaval de rua possibilita aos compositores de blocos uma liberdade que não há mais nas Escolas de Samba. Portanto acho louvável quando escuto sambas, marchas ou marchas-rancho com suas roupagens tão próprias ao carnaval de rua. E não consigo entender direito porque alguns blocos desfilam com sambas-enredo deste molde atual, que é um tanto acelerado e desvirtuado.

Penso que o Carnaval de São Paulo vai trilhando um caminho interessante com os blocos. Gostaria de ver nos próximos anos o surgimento de mais blocos ligados ao samba. Será que não é uma opção interessante para as diversas agremiações (ou "projetos", ou "comunidades", como queiram) de samba da capital e região? No Rio, a festa popular começa a chamar a atenção da mídia e das autoridades. É preciso cuidado para que não aconteça o que aconteceu com os blocos de rua de Salvador e com as Escolas de Samba, que perderam a sua função original e mais nobre: a de proporcionar, para quem quer que seja, alguns dias de reinado. Sambando no chão.

16 de fevereiro de 2010

Avenida Fechada (Elton Medeiros - Cristóvão Bastos - Antônio Valente)

GRANDES BRASAS DA HISTÓRIA

Avenida Fechada (Elton Medeiros - Cristóvão Bastos - Antônio Valente)

Chora meu peito
Assim desse jeito pra que cantar
Enquanto a avenida estiver fechada
Pra quem não puder pagar
Nem um canto sequer pra ver
A sua escola
Passando, sambando
Tanta beleza
Desfila presa no meu coração

Ver chegar o povo querendo brincar
E saber que agora não tem mais lugar
Pela cidade toda enfeitada
Parece até que o povo vai desenfeitar

Não me leve a mal
Mas muito luxo pode atrapalhar
Alegria ninguem pode fabricar
Um bom carnaval
Se faz com gente feliz a cantar
Pelas ruas um samba bem popular


5 de fevereiro de 2010

Já que não vende mais, vamos baixar!

Saiu na Folha de SP hoje: Multinacionais que detêm o acervo das antigas gravadoras brasileiras, e que concentram quase toda a produção musical feita no Brasil no século XX, não têm interesse em relançar estes produtos comercialmente.

Saiu no Couro do Cabrito hoje: Enquanto for vivo, André Carvalho, na pessoa dos indefectíveis Alvarenga do Morro do Chapelão e Ary do Baralho, vai disponibilizar estas músicas que a Indústria fonográfica despreza. Estas artistas do passado, que não têm o apelo comercial que tem uma Ivete Sangalo, ficam de fora das lojas de discos, mas você pode baixar gratuitamente no Prato e Faca e no Coisa da Antiga.

4 de fevereiro de 2010

Sambistas, lutemos pela cultura livre!!


Semana passada, fui ao Rio Grande do Sul (Canoas) participar de uma conferência sobre Cultura Livre no Fórum Social Mundial. A ideia era compartilhar minhas experiências que faço com o samba e a internet aqui em São Paulo, além de criar novas articulações e me inserir nesta batalha pela Cultura Livre de uma maneira mais enfática. Nas próximas linhas, farei algumas reflexões sobre tudo o que vivenciei por lá.

Música livre, cultura livre, mídia livre, mente livre

Um dos principais assuntos abordados foi o compartilhamento de música. Com o advento da licença Creative Commons, que permite que a obra de artistas possa ser compartilhada sem que os direitos autorais sejam infringidos, muitas pessoas já se articulam para lutar pela maior difusão e compartilhamento de nossos acervos culturais. Um importante movimento chamado Música Para Baixar (MPB), surgido no ano passado, já congrega músicos independentes, organizados em torno do Copyleft, de várias cidades do Brasil.

Eu, como um representante do samba na discussão, prometi ao pessoal do MPB que entrarei na luta com eles, inserindo os sambistas nessa importante batalha. Para isso, precisamos de organização, conscientização e ação. Precisamos que nós, sambistas, nos articulemos em torno da música livre, com os direitos autorais licenciados em Creative Commons, para que possamos adentrar nessa batalha pela batalha de maneira mais enfática.

É importante encampar essa defesa pelo Copyleft. Acredito que tenha de haver uma grande conscientização a respeito das vantagens de se compartilhar os novos produtos culturais que sejam produzidos. Afinal, sabemos que o modelo tradicional artista/intermediadores/público não é satisfatório. Devemos eliminar os intermediadores deste processo e, ao licenciar uma obra em Creative Commons, podemos ter uma relação artista/público mais direta e recompensadora. Como estas ideias ainda são novas e um tanto revolucionárias, acredito que precisaremos de um tempo para colocá-las em prática. Mas desde já, me disponho a fomentar esse debate e incentivar a cada um dos novos sambistas que desejam gravar e lançar seus trabalhos a encampar essa batalha, que visa uma maior autonomia para o artista que poderá se ver livre das amarras da indústria fonográfica.

Nossas leis de direitos autorais remetem ao tempo da ditadura, quando ainda nem sonhávamos com estas novas tecnologias que permitem a cópia e o compartilhamento de maneira tão simples. Nossas leis ainda nos remetem a um instrumento de arrecadação vergonhoso chamado ECAD, que recolhe de dinheiro dos gigantes, grandes, médios, pequenos e nanicos artistas para distribuir somente aos gigantes, justamente aqueles que pagam jabá para tocar na rádio. Uma vergonha.

Somos enganados por uma hipócrita campanha anti-pirataria que não mostra que apenas 15% da venda de um disco é revertido para o artista. Somos enganados por aqueles que estão no mainstream, que ganham dinheiro do ECAD porque fazem um investimento pesado em jabá. A eles, não interessam mudanças.

Mas nossos artistas novos e independentes já perceberam que o que dá dinheiro são os shows e não a venda de discos. Então, mais interessante do que viver de esmolas das grandes gravadoras é fazer com que o público possa conhecer sua obra, para depois prestigiar o artista no show. Com o Copyleft, com as licenças Creative Commons, podemos fazer com que estas obras culturais se espalhem e atinjam rincões antes não atingidos em nossa sociedade.

Cultura é um direito universal e não um produto comercial. Temos que entender essa premissa de maneira enfática. E a todos os sambistas que desejam se ver livres das amarras da indústria fonográfica, unamo-nos!!!

3 de fevereiro de 2010

Comunas do samba - algumas reflexões

Findou neste último fim de semana que passou a série de shows “Comunas do Samba”, onde diversas rodas de samba de São Paulo e região se apresentaram, sempre com um convidado especial, no palco da Choperia do Sesc Pompéia. Por conta de algumas impossibilidades, não pude acompanhar os oito espetáculos e por isso, vou me ater apenas a duas apresentações que julguei espetaculares: a da Roda de Samba Ouro Verde e Nelson Sargento e do Núcleo de Samba Cupinzeiro e Amélia Rabello.

Ouro Verde e Nelson Sargento

Conheci os sambistas da Ouro Verde lá em Santos, reduto deles. O clube Ouro Verde é um espaço mágico, situado no bairro do Marapé, onde podemos encontrar crianças, jovens e senhores. Pretos, mestiços e brancos. Ricos e pobres. Sambistas, sambeiros, pagodeiros e simples admiradores... É, enfim, um espaço de grande socialização e cultura. Quando soube que estes senhores sambistas viriam se apresentar em São Paulo, ao lado do grande Nelson Sargento, logo me empolguei.

A empolgação que me envolveu aumentou quando eles subiram ao palco, sempre comandados pelo divinal trombone do Marião e pelos acordes (desta vez, empunhando um violão ao invés de um cavaco) do ótimo sambista Zinho. O repertório variado foi muito bom (Paulinho, Nelson Cavaquinho, Zé Keti e outros bambas) e seguiu a linha do que vi e ouvi em Santos. A expectativa pela entrada de Nelson Sargento era grande.

Quando este subiu ao palco, emocionou e surpreendeu a todos. Emocionou porque ele é um sambista consagrado e o simples fato de poder ouvir sua voz já é motivo de grande satisfação. E surpreendeu porque cantou sambas que gostava de cantar, sem se prender apenas às suas composições. O entrosamento foi perfeito. A apresentação foi ótima. Naquele dia, Nelson Sargento foi apenas mais um velhinho do Ouro Verde que canta o que quer, sem se prender absolutamente nada. Naquele dia, Nelson Sargento deixou de ser, por algumas horas, Nelson Sargento da Mangueira para ser Nelson Sargento do Ouro Verde.

Avaliação: **** (ótimo)

Núcleo de Samba Cupinzeiro e Amélia Rabello

Conheci há algum tempo o trabalho desse pessoal de Campinas. No entanto, ainda não tinha visto uma apresentação deles. Já escrevi neste blog sobre a bela voz de Anabela, e pude confirmar neste show minhas impressões: ela não simplesmente canta, ela encanta. Ouvi-la cantar é um deleite, um prazer inenarrável. Com certeza, e sem nenhuma margem de dúvida, trata-se de uma das maiores cantoras da atualidade. Convém registrar que ela é a surdista da roda.

Junto a ela, o Núcleo de Samba Cupinzeiro é formado por grandes músicos, que tratam o samba com o devido respeito que ele merece. É difícil encontrar um conjunto tão bem entrosado sobre o palco. Ainda mais quando podemos ter a oportunidade de ouvi-los cantar músicas de gente boa e nova como é o caso da dupla Renato Martins e Roberto Didio (homenageados com várias músicas próprias na apresentação).

Após algum tempo de show, Amélia Rabello subiu ao palco para cantar algumas músicas gravadas por ela. Apesar de ela ter se apresentado impecavelmente, foi ofuscada por Anabela, cantora que, repito, vai marcar época. Para mim, já marcou. Salve o Cupinzeiro!!!

Avaliação: **** (ótimo)

2 de fevereiro de 2010

Creative Commons

A partir de hoje, o meu blog estará sob licença Creative Commons. Isto significa que todos o conteúdo dele pode ser reproduzido para fins não-comerciais, sempre com a indicação do autor. Mais detalhes aqui.

Dois de fevereiro (Dorival Caymmi)

GRANDES BRASAS DA HISTÓRIA

Salve Iemanjá!!

Dois de fevereiro (Dorival Caymmi)

Dia dois de fevereiro
Dia de festa no mar
Eu quero ser o primeiro
A saudar Iemanjá
Dia dois de fevereiro
Dia de festa no mar
Eu quero ser o primeiro
A saudar Iemanjá
Escrevi um bilhete a ela
Pedindo pra ela me ajudar
Ela então me respondeu
Que eu tivesse paciência de esperar
O presente que eu mandei pra ela
De cravos e rosas vingou
Chegou, chegou, chegou
Afinal que o dia dela chegou
Chegou, chegou, chegou
Afinal que o dia dela chegou

Agüenta a mão, João (Adoniran Barbosa - Hervé Cordovil)

GRANDES BRASAS DA HISTÓRIA

Desde o final do ano passado, chove todos os dias em São Paulo. Ninguém aguenta mais tanta água! Mas pra quem pensa tanto dilúvio é coisa nova, não se engane: na época do Adoniran não era muito diferente e isso foi registrado de maneira categórica em seu samba Agüenta a mão, João, parceria com Hervé Cordovil. Esta crônica urbana foi gravada em seu disco de 1980 e Djavan participou da gravação.

Agüenta a mão, João (Adoniran Barbosa - Hervé Cordovil)

Não reclama, contra o temporal
Que derrubou teu barracão
Não reclama, agüenta a mão João
Com o Cibide aconteceu coisa pior
Não reclama
Pois a chuva só levou a tua cama
Não reclama
Agüenta a mão, João
Que amanhã tu levanta um barracão muito melhor

Com Cibide coitado
Não te contei
Tinha muita coisa mais no barracão
A enxurrada levou
Seus tamancos e um lampião
E um par de meias
Que era de muita estimação
O Cibide tá que tá dando dó na gente
Anda por aí com uma mão atrás e outra na frente

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