29 de maio de 2010

Anhangüera dá Samba!

O Projeto Anhangüera dá Samba, que teve desde sua criação o apoio e a divulgação d'O Couro do Cabrito, foi matéria da Carta Capital nesta sexta-feira.

Matéria assinada por mim e meu amigo jornalista Lucas Conejero, o Garça.

27 de maio de 2010

Agenda Cultural - De 27 de maio a 2 de junho

Projeto Anhangüera dá Samba / Inimigos do Batente convidam Nei Lopes
Local: Clube Anhangüera
Endereço: Rua dos Italianos nº1261 – Bom Retiro – São Paulo - SP
Data: 28 de maio (sexta-feira)
Horário: a partir de 22h
Valor: R$ 15,00

Samba do Olaria convida Wilson Moreira
Local: SESC Ipiranga
Endereço: Rua Bom Pastor, 822 - Ipiranga - São Paulo/SP
Data: 29 de maio (sábado)
Horário: 12h
Valor: Grátis

Osvaldinho da Cuíca e convidados / Projeto Um Batuque Memorável no Samba Paulistano
Local: Centro Cultural São Paulo - Sala Adoniran Barbosa
Endereço: Rua Vergueiro, 1000 - Paraíso - São Paulo - SP
Data:30 de maio (domingo)
Horário: a partir das 18h
Valor: Grátis (retirar ingresso com antecedência)

Roberto Seresteiro / Homenagem a Noel e a Adoniran
Local: Galeria Olido
Endereço: Avenida São João, 473 - Centro - São Paulo/SP
Data: 1º de junho (terça-feira)
Horário: 19h
Valor: Grátis
Contato: (11) 3331 8399

Nei Lopes no Clube Anhangüera

Nesta sexta-feira, o chão irão tremer na embaixada barrafundense do Bom Retiro, o Clube Anhangüera (sempre com trema). O longevo Projeto Anhangüera dá Samba completa 3 anos e a bola da vez é ninguém mais, ninguém menos, que Nei Lopes, um dos maiores letristas da história do samba, exímio compositor, estudioso das artes negras e grande referência da cultura popular brasileira.

O samba quente terá início às 22h, e a farra custará 15 paus por cabeça. A bagunça será no Rua dos Italianos, 1261, Bom Retiro.

25 de maio de 2010

Os Bairrista convidam Toinho Melodia


Hoje no Pau Brasil, o Trio Os Bairrista, formado por Adriano Nunes (violão), Filipe Dourado (cavaquinho) e Luiz Fonseca "Lobo" (pandeiro e voz), convidam o grande sambista Toinho Melodia, um dos grandes baluartes do samba paulista e integrante da Velha Guarda da Unidos de Vila Maria, para sua roda de samba semanal.

Será cobrada a entrada de 6 reais. O Pau Brasil fica na Rua Inácio Pereira da Rocha, 54 e o samba tem início às 22h.

23 de maio de 2010

Blog do Gudin

Entrando na onda dos blogs de samba, que são importantes plataformas de divulgação e interação entre os sambistas, a equipe de produção do Eduardo Gudin, um dos principais representantes do samba paulista, lançou recentemente o blog oficial do músico. Vale a pena conferir.

20 de maio de 2010

Agenda Cultural - De 20 a 26 de maio

Pedro Miranda / Música na convivência
Local: SESC Consolação
Endereço: Rua Dr. Vila Nova, 245 - Vila Buarque - São Paulo/SP
Data: 20 de maio (quinta-feira)
Horário: 19h30
Valor: Grátis

Fala Claudionor
Local: Centro de Cultura Popular Consolação
Endereço: Avenida Consolação, 1897 - Consolação - São Paulo/SP
Data: 20 de maio (quinta-feira)
Horário: 21h
Valor: 5 reais

Bula da Cumbuca
Local: Serralheria
Endereço: Rua Guaicurus, 857 - Lapa - São Paulo/SP
Data: 20 de maio (quinta-feira)
Horário: a partir das 21h
Valor: R$ 12,00 (não aceita cartão)

Terra Brasileira
Local: Escola Nova Cultura
Endereço: Rua Valdemar Dória, 163 - Belém - São Paulo/SP
Data: 22 de maio (sábado)
Horário: a partir das 16h
Valor: grátis

Fabiana Cozza
Local: Sala Olido (Galeria Olido
Endereço: Av. São João, 473 - Centro - São Paulo/SP
Data: 22 de maio (sábado)
Horário: 19h
Valor: grátis

Roda de Samba com Márcio Bahia e Grupo Tangarás
Local: SESC Ribeirão Preto
Endereço: Rua Tibiriça, 50 - Centro - Ribeirão Preto/SP
Data: 22 de maio (sábado)
Horário: a partir das 18h30
Valor: grátis

Velha Arte do Samba (cantores e compositores da velha guarda de Campinas)
Local: SESC Campinas
Endereço: Rua Dom José I, 270/333 - Bairro Bonfim - Campinas/ SP
Data: 23 de maio (domingo)
Horário: a partir das 15h30
Valor: grátis

18 de maio de 2010

Canto e Prosa

Nesta quarta-feira, dia 19, às 20h, em mais uma bela iniciativa da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer da Prefeitura de Santo André, o Auditório do Teatro Municipal do município sediará o Canto e Prosa, encontro que promove o bate-papo sobre samba, seguido - claro - de músicas referentes ao tema em questão. Nesta edição teremos o Kolombolo Diá Piratininga, com a participação de Toinho Melodia, da Velha Guarda da Vila Maria. Presentes também no encontro, sambistas do Samba de Terreiro de Mauá e do No Pé da Raiz.

O endereço é: Praça IV Centenário, 01, Paço Municipal, Santo André.

Um pouco sobre samba paulista

Santo André, que um dia já foi o lar de Adoniran Barbosa, vem cumprindo importante papel na defesa do samba. Carioca, baiano ou paulista, o samba brasileiro encontrou um importante bastião de preservação na Casa da Palavra, espaço situado na Praça do Carmo, localidade incrustada no centro da cidade que faz parte da região metropolitana de São Paulo.

Se em 2009, os quatro encontros do Projeto Eu sou o samba. Você me conhecem?, promovidos pelo Departamento de Lazer e Recreação, da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer da Prefeitura de Santo André serviram para dar início a esta importante ação cultural, o ano de 2010 começa mantendo acesa a chama do samba, levantando alto a bandeira da mais importante expressão cultural do povo brasileiro.

O tema do primeiro encontro de 2010, realizado no dia 8 de maio, foi ‘Samba paulista’ e contou com a ilustre presença de Renato Dias, fundador e integrante do Kolombolo Diá Piratininga, agremiação que faz um trabalho de resgate, valorização e divulgação do samba paulista em sua essência original - que por décadas ficou obscurecido, deturpado e quase extinto. Além dele também estiveram presentes a rapaziada do No pé da raiz, núcleo de sambistas da própria cidade de Santo André, que, assim como o Kolombolo Diá Piratininga, também pesquisam e tocam o samba paulista em suas rodas de samba. Mediando o encontro estava eu.

Renato Dias falou para os presentes sobre diversos aspectos do samba paulista e algumas interessantes passagens históricas deste estilo musical que é muito mais do que um simples ritmo. Ele falou, por exemplo, sobre o encontro dos sambistas da capital e do interior em Pirapora do Bom Jesus, esta apenas uma das histórias que fazem parte do folclore do samba paulista. Era lá - nesta festa religiosa - que, longe do poder clerical e oficial, os sambistas trocavam experiências e sambas. Era tempo do tambu, zabumba e chocalhos com tampinhas de garrafa, hoje substituídos pelos instrumentos mais utilizados no samba carioca como, por exemplo, o surdo e o tamborim.

Buscando cativar os presentes com os aspectos sociais, antropológicos e musicais da linhagem paulista do ritmo que se moldou à sua maneira aqui em nossas terras, Renato chamou a atenção para a importância dos sambistas que residem em São Paulo pesquisarem e valorizarem nosso samba feito aqui, na Piratininga. Hoje, no alvorecer da década de 10 do século XXI, grandes lendas do samba da Paulicéia como Carlão do Peruche, Seu Nenê da Vila Matilde, Toniquinho Batuqueiro e Tio Mario, ainda permanecem na ativa - todos com mais de 80 anos. São lendas do samba de São Paulo que precisam ser louvados e suas histórias, registradas.

A cada explanação, abria-se espaço para os sambistas do No pé da raiz interpretarem sambas do Vai-Vai, Grupo Barra Funda (que mais tarde daria origem ao Camisa Verde e Branco), Nenê da Vila Matilde - além de músicas de Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini e outros monstros sagrados da Paulicéia. Ilustrando todo esse encontro, vários discos e livros sobre o samba paulista, trazidos do meu acervo particular ficaram expostos numa mesa, para que os presentes pudessem folhear e - mesmo que por um curto espaço de tempo - aprender um pouco.

Neste dia deu-se um importante passo para que o samba feito aqui em terras paulistas possa voltar a ter seu espaço entre os próprios sambistas de São Paulo, hoje mais identificados com a linhagem de Samba de Terreiro das Escolas de Samba do Rio. Afinal, Geraldo Filme já dizia e afirmava categoricamente sempre que questionado sobre o valor do samba daqui: paulista também faz samba, paulista também é bamba.

A volta do Bula da Cumbuca

Nesta quinta, na Serralheria, teremos a esperada e triunfal volta do Bula da Cumbuca, uma das melhores e mais entrosadas rodas de todo o Brasil!

Machucando o jiló, estarão presentes: Paulinha Sanches, Paulinho Timor, Edu Batata, Marcelo Homero e Luiz 'To Be'. O samba terá início às 20 horas e irá até a meia-noite. A entrada custará 12 mangos - e é bom lembrar que lá não aceita cartão.

A Serralheria fica na Rua Guaicurus, 857, na Lapa paulistana.

O espetáculo é garantido, não tem erro. Para quem ainda não conhece, segue um vídeo (um samba de Donga) e um áudio (samba 'Língua afiada' do Edu Batata, cantado por ele e pela Paulinha).

Até quinta.



O bamba e a verdadeira escola do sambista, a roda

A roda de samba é sempre a melhor escola. É nela que você pode encontrar os verdadeiros sambistas e aprender com os bambas - que vivem em toda plenitude a essência desta que é a nossa maior expressão cultural - todo o valor que há na arte dessa verdadeira entidade que é o nosso SAMBA. Uma arte que não se ensina (no máximo se orienta) mas se aprende nestes momentos sublimes em que podemos experimentar o néctar que existe em cada ‘brasa’ entoada e saborear cada gota de conhecimento que se adquire ao ver uma batucada caprichada contagiando o ambiente.

Neste fim de semana, eu tive a imensa honra, o grande prazer, a incrível experiência de poder participar de uma roda com a presença de Tio Mario, baluarte da Velha Guarda da Camisa Verde e um dos maiores sambistas vivos do Brasil. À este verdadeiro acontecimento em minha vida, eu devo toda a gratidão a Paulinho Timor, batuqueiro e compositor da Paulicéia que foi o anfitrião da lendária batucada que narro nestas linhas.

Com mais de 80 anos, Tio Mario parece um menino empolgado com suas estripulias - aquela criança feliz que só sabe o que é brincar - quando entra na roda de samba. Talvez, animado com a mocidade, uma nova geração que é amante do samba e o trata com o devido respeito, ele tenha se lembrado de seu tempo de juventude, onde podia batucar no Largo da Banana e sambar até o sol raiar. Talvez, contagiado com o samba quente entoado no Clube Nacional do Bom Retiro, no último sábado, aniversário do já devidamente citado (e exaltado) Paulinho, Tio Mario não fez nada mais do que fazer o que um sambista - e que sambista! - faz, independente de qualquer idade, nestas horas: deixa a cadência o levar. A altivez, disposição e animação foi algo inesquecível de se ver. Um verdadeiro capítulo da história do samba acontecendo diante de meus olhos.

Tio Mario cantou, tocou tudo que é instrumento de batucada (quando pegou o atabaque não largou mais, castigando o couro do instrumento na batida que se tocava os antigos tambus), versou, bebeu a noite inteira e desfilou sua elegância de sambista, de verdadeiro bamba. Uma escola em pessoa, uma verdadeira lenda viva.

Cada minuto numa roda de samba dessas é valioso, é aprendizado no duro. Algo para se levar para vida.

Abaixo, segue o depoimento dele que consta no encarte do disco da Velha Guarda do Camisa Verde e Branco e um pot-pourri de sambas seus, cantado por ele mesmo, também desse disco, lançado em 2005.

“Eu trabalhei no Largo da Banana de garoto. Antiga estação Barra Funda, que tinha porteira ainda, o bebedor dos cavalos e tal... A gente diz Largo da Banana porque a mercadoria que a gente trabalhava mais lá era banana e abacaxi, depois vinha o café. Cada um escolhia o que podia, entendeu? Tinha um que ficava às vezes no veneno, tinha que encostar no outro, tinha que pedir uns cinquenta centavos para comer a marmita ali no Arthur. Ali acontecia muita coisa, viu? A tiririca e faca de ponta... Era rasteira pra lá, rasteira pra cá e, no fim, tudo dava certo... Ali era a roda de samba, a malandragem que rolava todo dia. Naquela época não tinha covardia, era na mão mesmo, entendeu? E quem perdia, perdia. Hoje não, hoje em dia tá tudo diferente.”

“A minha família sempre foi do samba. Quando a gente saiu do Campos Elíseos, nós fomos pro Camisa Verde. Eu comecei na bateria. O apitador era meu falecido irmão, Panca. Da bateria eu fui pra comissão de frente, e da comissão de frente eu agora estou na Velha Guarda. Eu não vou dizer que sou um compositor, entendeu? Veio bem uma coisa na minha cabeça, então eu comecei a escrever, comecei a pôr pra frente. Graças a Deus, parece que está dando certo.”

“Eu fui num casamento de um personagem em Pirapora. Começou o tambu e teve um amigo, já falecido, que disse: ‘eu vou entrar na imbigada’ Eu digo: ‘você não vai entrar lá porque você não sabe o que significa isso aí’ Ele teimou e foi, deu imbigada... E passou a noite inteira sentada no tronco, no pé da fogueira, sem poder levantar.”

“Eu era garoto. O Fredericão, (família Penteado), que era do Bixiga, era o presidente da Barra Funda, do Cordão do São Geraldo. Ai depois ele saiu da Barra Funda e foi pro Bixiga, entendeu? Barra Funda e Bixiga não podiam se encontrar que o bicho pegava.”

“Eu e o meu falecido irmão vínhamos do Camisa Verde; a gente chegava fantasiado, de dia, quando terminava o desfile. A gente vinha pra Vila Carolina, então juntava ele, eu, a família dos Quinzinho, e o pessoal que era da Alameda Glete - nós fomos criados tudo junto, que da Alameda Glete a gente foi pra Carolina, entendeu? Aí formava lá, pegava dez, quinzes caras; a gente pegava nos instrumentos e saía por ali, e cada boteco que passava, um dava uma garrafa de cerveja, uma garrafa de vinho... E daí surgiu a idéia: ‘Vamos montar uma Escola de Samba!’ A minha ideia sempre foi essa: Eu não quero morrer antes de pôr uma escola de samba aqui nessa Carolina...’ Foi assim que começou a Portelinha.”

Tio Mario

Maria e João / Tem pó, não tem açúcar / Rosa (Tio Mario) - canta Tio Mario

13 de maio de 2010

Agenda Cultural - De 13 a 19 de maio

Amigos do Samba
Local: CCPC
Endereço: Avenida Consolação, 1897 - Consolação - São Paulo/SP
Data: 13 de maio (quinta-feira)
Horário: 21h
Valor: 5 reais

Cristina Buarque e Henrique Cazes / "Samba & Outras Coisas"
Local: Foyer do Teatro do Sesi
Endereço: Avenida Graça Aranha, 1 - Centro - Rio de Janeiro/RJ
Data: 14 de maio (sexta-feira)
Horário: 12h30
Valor: Grátis

Paulo Vanzolini / Virada Cultural
Local: Praça da República
Data: 15 de maio (sábado)
Horário: 19h
Valor: Grátis

Nelson Sargento / Virada Cultural
Local: Praça da República
Data: 15 de maio (sábado)
Horário: 21h
Valor: Grátis

“Terreiro Grande e Cristina Buarque cantam Candeia” / Lançamento Nacional do CD em Belo Horizonte
Local: CentoeQuatro
Endereço: Praça Rui Barbosa, 104 - Centro - Belo Horizonte/MG
Data: 15 de maio (sábado)
Horário: a partir das 15h (antes da roda será exibido o documentário sobre o Terreiro Grande)
Valor: 20 reais

Germano Mathias e Dicró / Virada Cultural
Local: Praça da República
Data: 16 de maio (domingo)
Horário: 17h
Valor: Grátis

Samba de Terreiro de Mauá
Local: Bar do Buiú
Endereço: Rua San Juan, 121 - Parque das Américas - Mauá/SP
Data: 16 de maio (domingo)
Horário: a partir das 15h
Valor: Grátis

Projeto Resgate e Central do Samba
Local: Afrosul Odomodê
Endereço: Av. Ipiranga, 3850 - Porto Alegre/RS
Data: 16 de maio (domingo)
Horário: a partir das 17hs
Valor: Grátis

11 de maio de 2010

Roda dos Amigos do Samba

Nesta quinta-feira, dia 13 de maio, os Amigos do Samba, agremiação de sambistas de vários cantos da Paulicéia - da qual eu faço parte -, se apresentarão no Centro de Cultura Popular Consolação. Será uma grande roda de samba que também será transmitida ao vivo pela Rádio Alambique, do Ary Marcos.

O samba terá início às 21 horas e o local da bagunça é o seguinte: Avenida Consolação, 1897. Cinco mirréis para entrar, certo?

Até lá.


10 de maio de 2010

Geraldo Pereira, Paulinho da Viola e Roberto Silva

Falsa baiana, um dos sambas mais conhecidos e regravados da história. Geraldo Pereira foi quem o fez e Ciro Monteiro foi o primeiro a gravá-lo. Neste vídeo pescado do Youtube, Paulinho da Viola canta com Roberto Silva, o Príncipe do Samba, que recentemente completou 90 anos, esbanjando saúde e vitalidade. O encontro se deu em 1982.

9 de maio de 2010

Cuidado com a outra (Nelson Cavaquinho - Augusto Thomaz Júnior)

GRANDES BRASAS DA HISTÓRIA

No Dia das Mães, não consegui pensar em nenhum outro samba senão esse do Nelson Cavaquinho. A música ficou famosa com o Chico Buarque (1974), mas eu vou postar o registro do próprio autor, anterior (1966) e da minha preferência.

Cuidado com a outra (Nelson Cavaquinho - Augusto Thomaz Júnior)

Vou abrir a porta
Mais uma vez pode entrar
É Dia das Mães
Eu resolvi lhe perdoar

Deus me ensinou praticar o bem
Deus me deu essa bondade
Vou abrir a porta pra você entrar
Mas não demore
Que a outra pode lhe encontrar

7 de maio de 2010

Ciro Monteiro em 78 rpm (Victor 80-0406-a - 1946)

78 rpm

“Piruca, põe aquele samba do Pedro Caetano na compilação de sambas sobre o trabalho”.

Iuri Ribeiro, o Bigode, estava escolhendo alguns sambas sobre o trabalho para ilustrar sua coluna de estréia no Couro e me indicou essa brasa, que eu confesso que não conhecia. O samba em questão, O que se leva dessa vida, interpretado por Ciro Monteiro é daqueles sambas sincopados riquíssimos que muito se fazia nos anos 40.

Gostei tanto da música que pensei com meus botões: “Eu poderia postar esse samba na seção de discos 78 rotações do Couro...”. Mas havia um porém (há sempre um porém): naquela seção, eu busco discos que tenham um samba “Lado A” famoso e outro “Lado B” obscuro. Sendo o samba do Pedro Caetano pouco conhecido, eu teria que dar a sorte de encontrar um clássico do samba no outro lado da bolacha.

Fui até o site Instituto Memória Musical, onde faço minhas pesquisas e pude confirmar: o outro lado do disco do Ciro Monteiro continha um grande clássico do samba: Rugas, de Nelson Cavaquinho (outros “comprositores” aparecem na autoria, mas o samba é só dele mesmo) teve diversas regravações e é, até hoje, um dos sambas mais conhecidos de Nelson.

Perfeito! Um disco com um Lado A clássico e um Lado B obscuro, mas não por isso pior. Era o que eu precisava para presentear vocês.

Victor 80-0406-a (1946)

Lado A - Rugas (Ari Monteiro - Augusto Garcez - Nelson Cavaquinho) - Samba
Samba
Lado B - O que se leva dessa vida (Pedro Caetano) - Samba

6 de maio de 2010

Agenda Cultural - De 6 a 12 de maio

Glória ao Samba
Local: Ação Educativa
Endereço: Rua General Jardim,660 - Vila Buarque - São Paulo/SP
Data: 7 de maio (sexta-feira)
Horário: 20h
Valor: Grátis

Nelson Sargento / Mestres da Música Brasileira
Local: Teatro Álvaro de Carvalho
Endereço: Rua Marechal Guilherme, 26 - Centro - Florianópolis/SC
Data: 7 e 8 de maio (sexta e sábado)
Horário: 21h
Valor: 30 reais

Instituto Brasilidades - Projeto Compondo a História (homenagem a Noel Rosa)
Local: Boteco do Paulista
Endereço: esquina da General Salustiano com a Riachuelo, em frente ao Gasômetro
Data: 9 de maio (domingo)
Horário: 18h
Valor: Grátis

5 de maio de 2010

Cartola e o Clube do Samba

Fantástico, Rede Globo, 1979. Naquela época, o samba ainda tinha espaço na grande mídia.

Neste vídeo, Cartola recebe, pelas mãos de Dona Neuma da Mangueira, o diploma de sócio honorário do Clube do Samba, importante agremiação que buscava a preservação e valorização do samba, idealizada e fundada por João Nogueira.

No começo do vídeo, podemos escutar o samba "O mundo é assim", de Alvaiade, cantado pelo próprio autor. Depois, Jorginho do Império (filho de Mano Décio da Viola), Gisa Nogueira, João Nogueira e Dona Ivone Lara, cantam o samba "Uma rosa para Cartola", bela homenagem ao mestre feita por Wilson Moreira e Nei Lopes.

Na confraternização, vários cobras: Mauro Duarte, Mano Décio, Wilson Moreira, Nei Lopes e outros monstros sagrados do samba.

4 de maio de 2010

Instituto Cravo Albin

Precisando de uma fonte confiável para pesquisar samba? Ricardo Cravo Albin é um dos principais pesquisadores e em seu sítio na web você encontra tudo. E bem organizado.

3 de maio de 2010

Conjunto Nosso Samba e Clara Nunes

Clara Nunes se apresenta em show transmitido pela TV Bandeirantes no início dos anos 70. O Conjunto Nosso Samba é um espetáculo à parte. Carlinhos do Cavaquinho garante o show!


















1 de maio de 2010

Versátil, sim!

COLUNA DO BIGODE

Há muito tempo que eu queria dedicar um espaço do Couro do Cabrito para um grande talento chamado Iuri Ribeiro, mais conhecido nas rodas de malandragem como Bigode. Mais do que amigo, parceiro e compadre, Iuri é um dos grandes compositores da nova geração e um exímio escritor. A partir de hoje, todo mês, poderemos nos deleitar com seus ótimos textos. Hoje, no dia do trabalho, em sua coluna de estréia, rende um tributo aos vagabundos.

Na sequencia do texto, uma compilação de sambas relacionados ao trabalho, escolhidos pelo próprio Bigode.

Versátil, sim!

Que festa é o primeiro de maio para o vagabundo! Celebrando o que não faz, tem, enfim, a companhia dos amigos que optaram por carreiras menos realizadoras. E chega à conclusão de que todos invejam tão nobre ofício. Lógico, pois no dia do ano que faz homenagem ao trabalho, profissionais das mais variadas áreas, dos mais importantes cargos, de todos os setores da sociedade, deixam seus afazeres diários para (tentar) exercer esta intrigante profissão.

Primeiro de Maio é o dia nacional do estágio de vagal. O dia que consagra a vadiagem como o grande sonho brasileiro. Quem nunca se imaginou no auge desta carreira? Quem, numa segunda-feira de verão, não admirou o cotidiano e as artimanhas dos grandes vadios de sua região.

E não tô falando de ladrão, não. A bandidagem – menos enaltecida pelo povo tupiniquim, mais popular entre nóias e estadistas – é um meio de vida que envolve muito suor e risco, fatores repudiados pelo vagabundo profissional. Aliás, o grande sonho do ladrão é ser vagabundo. Se existiram bandidos bem sucedidos, se tornaram grandes vagais – lógico que não tão autênticos como os que o são de berço.

Fui dar uma olhadinha no pai dos burros, e descobri a definição ideal para o vagabundo: versátil. Excelente! Isso eu sou. Aliás, já tentei ir para outras áreas de atuação, não obtendo tanto sucesso. Nos últimos meses, atuando na área que hoje venho homenagear, venho crescendo pessoal e profissionalmente.

Como errante inveterado, que sente no fundo de suas vísceras que nasceu para o que faz, tenho a oportunidade de descrever, nas vésperas do grande dia, toda a admiração e realização que encontro neste meio de vida incompreendido, porém almejado pela sociedade.

Não pretendo, aqui, revelar quaisquer segredos do ramo. Poderia desequilibrar tão sensível mercado. A quem quiser aprender mais, inúmeros cursos profissionalizantes e de especialização estão disponíveis em cada rincão do país. Mas aviso logo: a relação candidato/vaga deste disputadíssimo vestibular logo desfaz as fantasias dos aspirantes menos qualificados.

Enfim, para não espantar meu público, finalizo esta homenagem aos nômades levianos de todo o Brasil: salve a versatilidade!

Iuri Ribeiro, o Bigode

1 - Filosofia (Noel Rosa) - canta Noel Rosa (1932)
2 - Deus me ajude (Alvaiade - Humberto de Carvalho - Estanislau Silva) - canta Ataulfo Alves (1942)
3 - O que se leva dessa vida (Pedro Caetano) 0canta Ciro Monteiro (1946)
4 - Meu trabalho (Alvaiade - Alberto Maia) - canta Ciro Monteiro (1947)
5 - Falta um zero no meu ordenado (Ary Barroso - Benedito Lacerda) - canta Francisco Alves (1948)
6 - Bebida, mulher e orgia (Luis Pimentel - Anis Murad - Manoel Rabaça) - canta Roberto Silva (1958)
7 - Conversa de malandro (Paulinho da Viola) - canta Zé da Cruz (1965)
8 - Samba do trabalhador (Darcy da Mangueira) - canta Conjunto Nosso Samba (1969)
9 - Inventor do trabalho (Batatinha) - canta Batatinha (1973)
10 - O que será de mim? (Ismael Silva - Nilton Bastos - Francisco Alves) - canta Trama (1974)
11 - Salário mínimo (Alvarenga) - canta Alvarenga (1976)
12 - O invocado / Beberrão (Candeia) - canta Candeia (1978)
13 - Zé Cansado (Padeirinho) - canta Xangô (1978)
14 - Pode guardar as panelas (Paulinho da Viola) - canta Paulinho da Viola (1979)
15 - Tamborim (Zé Keti - Mourão Filho) - canta Zé Keti (1979)
16 - Abrigo de vagabundos (Adoniran Barbosa) - canta Clara Nunes (1979)
17 - Cocorocó (Paulo da Portela) - cantam Clementina de Jesus e Roberto Ribeiro (1979)
18 - Trabalhadores do Brasil (João Nogueira - Paulo César Pinheiro) - canta João Nogueira (1980)
19 - Que trabalho é esse? (Zorba Devagar - Mical) - canta Paulinho da Viola (1982)
20 - Tô caído (Luiz Grande) - canta Luiz Grande (1985)
21 - A vida do trabalhador (Zagaia) - canta Velha Guarda da Mangueira (1989)
22 - Não tenho lar (Regina do Bezerra) - canta Bezerra da Silva (1999)
23 - Ganha-se pouco mas é divertido (Wilson Batista - Cyro de Souza) - canta Cristina Buarque (2000)
24 - Nascer e florescer (Manacéa) - canta Monarco (2000)

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