1 de dezembro de 2010

Marquinhos Jaca - Número Um do Brasil (2010)


O primeiro disco de Marquinhos Jaca é um disco de partido alto. Da primeira à última faixa, o que predomina é a modalidade do samba que exige maior grau de improvisação, criatividade, malandragem, astúcia e sagacidade dos sambistas.

Independente (Marquinhos Jaca me confessou que vendeu o carro para conseguir finalizar o disco), é um disco "sincero", como diria um dos batuqueiros que participaram da gravação, Alfredo Castro. Sincero na roupagem, nos arranjos e nas letras, que refletem vários aspectos da realidade dos sambistas. A refeição com apenas uma "mistura" (para evitar desperdício), a mulher que não deixa o sambista cair na madrugada, a "dupla personalidade" de um malandro que quando bebe se transforma, o cara que atravessa na roda de samba e não se toca, tudo isto é cantado em versos neste álbum.

No disco temos composições de Deny Alves, Wagner Almeida, Reinaldinho, Deley Antonelli, Maurinho de Jesus, André Saracura, Wagner Almeida, Silvião, Dudu Santana, Hevelson, Xande, Juninho da Vila e Mumu. 

As participações especiais ficam por conta de Reinaldinho, Julia Saragoça, Maurinho de Jesus, André Saracura, Silvião, Dudu Santana, Hevelson, Juninho da Vila e Daniela da Laje.

Jaca é um sambista de São Paulo que transita pelas rodas de samba de São Paulo desde o dia em que foi levado, ainda molecote, à Vai-Vai - escola do coração que passou a fazer parte da Ala dos Compositores em 1998 - com seus pais. Exímio versador, é daqueles que tem uma grande presença na roda. E tal malícia está presente, de maneira enfática, neste disco.

E para ilustrar com samba este papo, duas músicas do disco. Primeiro, Generosa, parceria com Juninho da Vila e Mumu e participação de Daniela da Laje no papel da nega.


E também Zé Careta e Calibra Bastante, grande crônica social do sambista que bebe e se transforma. Parceira com Xande e mais uma participação especial feminina interpretando a nega. Desta vez, Julia Saragoça.




Abaixo, segue um texto do Marquinhos Jaca presente no encarte do disco em que ele brinca com os nomes das músicas gravadas no álbum:

Nascido no terreiro da “VOVÓ MARIA”, o “NÚMERO 1 DO BRASIL”, nem sempre teve “DUAS MISTURAS”, ou mais, seu “PIOR PESADELO” era se extinguir... mas de tanto rezarmos para “NOSSA SENHORA DO PARTIDO ALTO”, ele sobreviveu... e nós aprendemos que não podemos “VIVER SEM VOCÊ”, e que de fato você é “VASO RUIM” de quebrar... eles pensam que “NINGUÉM SE TOCA”, mas a “GENTE PRETA”, continua cultuando e cultivando você, bem como o “ZÉ CARETA E CALIBRA BASTANTE”. E “ASSIM É MEU POVO”, que mesmo com “FUMAÇA NA TEIA”, vê que a vida é bela e “GENEROSA”, e “PEÇO A DEUS E A NOSSA SENHORA”, que você perdure por todo sempre.

Marquinhos Jaca

Um comentário:

Anônimo disse...

Ih, mano... o calibra bastante volta e meia aparece por aqui...

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