24 de setembro de 2007

E o Anhangüera continua dando samba...

O samba nos emociona, nos contagia, nos traz alegria. É nossa própria razão de viver. É o nosso modo de ver. Ele faz tanto por nós. Façamos um pouco por ele também.

Foi esse o enredo de uma boa conversa que tive com meu amigo Arthur Tirone, o Favela. Assim como eu, ele também é fanático por samba. Gosta como ninguém de um pagode explosivo num buraco quente ou num quintalzinho. Gosta de ver o circo pegar fogo, o pagode explodir, o bicho pegar, o couro comer.

Este viver, viver no samba, viver o samba, é algo que só quem sabe, sabe. Não dá pra escrever nestas linhas. E o Favela compartilha este viver comigo. Assim como eu, ele também tem uma inquietação. Quer fazer algo pelo samba. Este blog é uma pequena retribuição minha. Favela faz sua parte também, com grande estilo. O Projeto Anhangüera dá Samba é sua vida, sua história, seu legado. Algo para se tirar o chapéu.

Idealizado e realizado por ele e pelo pessoal do samba do Clube Anhangüera e por Fernando Szegeri e os Inimigos do Batente, o Projeto Anhangüera dá Samba traz todo mês um convidado especial para uma deliciosa roda de samba.

A primeira edição do Projeto Anhangüera (com trema só até o fim do ano) dá Samba trouxe ninguém menos do que Wilson Moreira, o mestre da melodia. Foi uma roda de samba inesquecível, com o Alicate cantando sem parar seus lindos sambas. Duas horas de emoção total.



Depois veio Germano Mathias, o catedrático do samba. Esse é malandro veio. Doidinho, doidinho. Cantou durante duas horas como o Wilson. Só que zuando pra caramba, sambando, fazendo careta e sem parar de cantar, fazendo trombone de boca, breques cheios de palhaçada e emendando um samba no outro. Foi o show inteiro na base do put purri. Acabava um samba e ele já ia falando “ré menor”, “dó maior”, “lá maior”... E os músicos é que tinham que segurar a onda (e seguraram). Demais.



Por fim, no último mês, a nova geração representada pela Fabiana Cozza. Ótima roda de samba também.



Agora, o Projeto Anhanguera dá Samba ganhará um batismo dos “donos” da área. A Velha Guarda da Camisa Verde e Branco. Os velhinhos (Mario Luiz, Jamelão, Airton Santa Maria, Dadinho, Nelson Primo, Paulo Henrique e Ailtinho) são bambas, lendas vivas do samba paulistano, e irão apadrinhar os Inimigos do Batente no local.

Alías, tenho que discorrer algumas linhas sobre esta maravilhosa roda de samba. Os Inimigos do Batente são responsáveis por boa parte da minha formação de sambista. Quando eu comecei a ir ao samba, era pra ver os Inimigos do Batente no Espaço CUCA, na Barra Funda. Aquelas lindas noites de sextas ficaram marcadas em minha mente e agora se repetem na embaixada barra-fundense no Bom Retiro, o Clube Anhangüera.

Sexta-feira. Inimigos do Batente e Velha Guarda da Camisa Verde e Branco não mais no salão nobre e sim na várzea do Clube. Favela explica melhor essa mudança.

“A Velha Guarda Musical, representante maior do samba na Barra Funda, batizará o projeto, que migra do salão social para a várzea de fato, no “quintal” do clube, um terreiro aberto – e coberto -, de frente para o campo, lugar onde acontece a mistura de times, bairros e raças, onde os bêbados se seguram no alambrado, onde os gritos de “truco” e “bati” dominam as mesas de carteado, onde a batucada das torcidas e comemorações de gol ecoam todos os domingos no nosso campo! É ali que a tradição se mantém.”

Recado passado, bom samba para nós na sexta.

Inimigos do Batente convidam Velha Guarda da Camisa Verde e Branco

Local: Clube Anhangüera

Endereço: Rua dos Italianos nº1261 – Bom Retiro – São Paulo – SP

Data: 28/09

Horário: a partir de 22h

Ingressos: R$ 10,00 + um agasalho ou alimento não-perecível para doação a entidades assistenciais do bairro

Como chegar: Marginal Tietê (sentido Penha), passando a Ponte da Casa Verde, terceira rua à direita, primeira à esquerda e novamente primeira à esquerda.


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