Wilson Alicate novamente no Clube Anhangüera

Dois anos atrás, durante uma conversa com meu amigo Favela, ele me revelou seu plano, seu sonho, sua missão: queria fazer do Clube Anhangüera um reduto do samba em São Paulo. Tinha em mente fazer um projeto com os Inimigos do Batente. A idéia era convidar, todo mês, um bamba para se apresentar junto à roda de samba.

O primeiro a se apresentar foi Wilson Moreira e de lá pra cá muitos outros nomes consagrados se apresentaram: Germano Mathias, Oswaldinho da Cuíca, Toniquinho Batuqueiro, Gisa Nogueira, Noca da Portela... Sempre que vai chegando a última sexta-feira do mês, a alegria aumenta porque vai chegando a hora do samba rasgado.

Nesse mês de maio, o projeto completa dois anos com um repeteco de primeiro nível: novamente Wilson Moreira comandará a brincadeira. Peso na balança!!!

Inimigos do Batente convidam Wilson Moreira

Local: Clube Anhangüera
Endereço: Rua dos Italianos nº 1261 – Bom Retiro – São Paulo - SP
Data: 29/05
Horário: a partir das 22h
Ingressos: R$ 10,00
Como chegar: Marginal Tietê (sentido Penha), passando a Ponte da Casa Verde, terceira rua à direita, primeira à esquerda e novamente primeira à esquerda.

Terreiro Grande homenageia Candeia no RJ

Caros sambistas da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.

Nos próximos dias, vocês terão a oportunidade de assistir à bela homenagem ao Mestre Candeia preparada pelo Terreiro Grande, reunião de amigos sambistas aqui de São Paulo. Mais uma vez eles serão acompanhados por Cristina Buarque de Holanda.

Pude acompanhar ao show realizado na Paulicéia e posso garantir que está fino. Quem já conhece o trabalho dessa rapaziada não vai perder. Quem ainda não conhece, essa é a oportunidade.

Teatro Nelson Rodrigues

Av. Chile, 230

Tel: 21 2262-8152

Sexta (29) às 19h30

Sábado (30) às 19h30

Domingo (31) às 19h30

Ingressos: R$ 6,00 e R$3,00

A tal casinha lá da Marambaia

Antigamente fazia-se muito sucesso as duplas de cantores, homem e mulher, que dividiam os microfones nas rádios e nas gravações de discos de samba. Uma boa dupla do passado era aquela formada por Henricão e Carmen Costa. Ora gravando composições do próprio Henricão, ora gravando composições de outros cartazes da época, esse par da pesada era muito solicitado dentro do casting das gravadoras.

Quando Carmen Costa gravou o grande clássico “Está chegando a hora”, adaptação de Henricão e seu parceiro Rubens Campos para a musica do mexicano Fernandez, o sucesso foi estrondoso e a dupla se desfez (posteriormente, no LP “Recomeço”, lançado em 1980, Henricão reeditou a dupla com Carmen Costa). Ela, entretanto, continuou a gravar outros sambas do compositor paulista.

“Só vendo que beleza”, uma das primeiras composições de Henricão foi gravado por Carmen Costa em 1942 e teve grande aceitação popular. O que poucos sabem é que o sambista compôs uma resposta para este samba: “Casinha da Marambaia”. Novamente, foi Carmen Costa quem gravou (1944). Se no primeiro ele exaltava toda a beleza de sua casa, tão aconchegante e cheio de amor, na resposta ele põe tudo por água abaixo.

Eis os sambas:

Só vendo que beleza (Henricão - Rubens Campos)

Eu tenho uma casinha lá na Marambaia
Fica na beira da praia, só vendo que beleza
Tem uma trepadeira que na primavera
Fica toda florescida de brinco de princesa
Quando chega o verão eu sento na varanda
Pego o violão e começo a tocar
O meu moreno que está sempre bem disposto
Senta-se ao meu lado também a cantar

Quando chega a tarde um bando de andorinhas
Passa em revoada fazendo verão
E lá na mata um sabiá gorjeia
Uma linda melodia pra alegrar meu coração
Às seis horas da tarde o sino da capela
Bate as badaladas da Ave Maria
E a lua nasce por de trás da serra
Anunciando que acabou o dia

Casinha da Marambaia (Henricão - Rubens Campos)

Nossa casinha lá da Marambaia
A mais bonita da praia se desmoronou
A trepadeira brinco-de-princesa
Ficou triste, amarela e depois secou
Minha varanda vive no abandono
É um destroço sem dono
Numa solidão
Até você que parecia ser sincero
Sem motivo abandonou meu coração

O sabiá também mudou seu ninho
Eu já não ouço a sua canção
As andorinhas foram em revoada
Quebraram-se as cordas do meu violão
E há quem diga que isso é desumano
E eu não mereço tanta ingratidão
Quero que volte como antigamente
Para dar sossego ao meu coração

Baixe os discos de Henricão aqui e aqui

Beleza!! Acorde bonito!!!

Gosto quando me surpreendo positivamente nesse mundo do samba que eu perambulo. É sempre bom descobrir gente que faz samba fino, redondo, caprichado, feito com esmero e muita simplicidade. É sempre um prazer conhecer gente boa, de boa índole, com a bondade estampada no peito.

Ano passado, estava numa roda de samba e conheci o pessoal do Samba de Terreiro de Mauá: Edinho e Marcelo Baseado foram aqueles que me convidaram para que eu comparecesse à roda deles. Disse prontamente que seria o maior prazer.

Passado alguns dias, me liga o Marcelo. “E aí vai chegar lá em Santo André?” Na época, era por lá que eles estavam tocando. “Não vou te garantir, mas vou tentar chegar”, respondi. No fim das contas, fui. Fui e pude ver uma roda de samba redonda, com pastoras e um repertório belíssimo. Fiquei muito bem impressionado.

Em dezembro de 2008, fui pela primeira vez para Mauá, onde eles voltaram a armar a batucada. Na ocasião, o samba foi armado no trem e depois no bar do Buiú, a atual sede deles.

Com o tempo, a amizade foi crescendo e sempre que posso vou visitá-los. Rasgo a cidade no meio (do centro-oeste de São Paulo até Mauá) na maior felicidade para encontrar um samba de altíssima qualidade.

Gosto do Samba de Mauá por vários motivos: é redondo, despido de vaidade e seus integrantes são tudo gente boa. Uma belllllllleza, como diria o Wilson Batista de Mauá.

Vejam que não estou mentindo.

Os sambas cantados no vídeo são Perdi a Minha Alegria (Vadinho - Murilo) e Quilombo (Xangô da Mangueira - Nilton Campolino). Ambos os sambas foram gravados por Xangô no disco Xangô da Mangueira Vol. 3 de 1978.

Visite o blog do Samba de Terreiro de Mauá

Bendita segunda

Um time de craques, oriundo do Rio de Janeiro, irá promover uma roda de samba pra lá de categórica às segundas-feiras no Bar Samba, em São Paulo. O escrete será composto por Marcelo Menezes, Marcelo Bernardes, Alfredo Del-Penho, Paulino Dias, Lenildo Gomes e Thiaguinho da Serrinha e o projeto "Bendita Segunda" tem início hoje.

Endereço: Rua Fidalga nº 308 – Vila Madalena – São Paulo
Horário - segunda feira - das 20 às 24 horas
R$ 20,00 (couvert artístico)
Direção musical: Marcelo Menezes

Batuqueiros da Paulicéia

Se tem alguém que sabe tudo de samba paulista este alguém se chama Osvaldinho da Cuíca. Ele é a fonte inesgotável de pesquisa para estudiosos que queiram se aprofundar no tema. Mais cedo ou mais tarde, teria que lançar um livro com suas memórias.

Pois é o que vai acontecer agora. Em parceria com o pesquisador André Domingues, ele lança nesta quinta-feira, dia 7, o livro “Batuqueiros da Paulicéia”, contando histórias de sambas e sambistas da terra da garoa.

Para lançar a obra, está programada uma série de shows no SESC Pompéia. A partir de hoje, teremos as seguintes apresentações, sempre com a participação de Osvaldinho:

Dia 7, 21h
Celso Viáfora e Quinteto em Branco e Preto
Apresentação: Wandi Doratiotto.

Dia 8, 21h
Bebeto e Amigos do Vai-Vai (Thobias da Vai-Vai, Paquera e Chapinha)
Apresentação: Fabiana Cozza.

Dia 9, 21h
Germano Mathias e Samba de Roda de Pirapora
Apresentação: Wandi Doratiotto.

Dia 10, 18:30h
Seu Carlão do Peruche e Clube do Balanço
Apresentação: Fabiana Cozza.

Nos dia 9, sábado, às 13h, André Domingues irá ministrar uma oficina de história (“Memória Fonográfica do Samba Paulista”) e no dia 10, domingo, às 11h, Osvaldinho irá mostrar como se batuca com a oficina “Batucadas da Paulicéia”.