18 de setembro de 2008

Samba!!!

Samba é coisa séria, rapaziada... Quem acha que samba é uma farra, e tão-somente uma farra, é bom começar a refletir sobre o que o samba representa para nós, neste ano de 2008.

O samba já foi nossa música mais popular. Se hoje em dia as rádios tocam Zezé de Camargo e Luciano, outrora tocavam Zé e Zilda, Orlando Silva, Ciro Monteiro, Aracy de Almeida entre outras “madeiras”. No asfalto, os sambistas compunham seus sambas a torto e a direito, alimentando o mercado fonográfico. A qualidade das composições era alta. E o povo brasileiro consumia coisa boa.

Afastado da cidade, também havia o morro e a roça. Naquele tempo o malandro não descia, mas a polícia no morro também não subia. E se chegava à roça (por exemplo, Oswaldo Cruz), chegava quando o samba já estivesse desbaratinado.

O tempo passa, os velhinhos perdem o espaço nos terreiros (agora quadras), os bons compositores de samba do passado sequer são conhecidos pela população brasileira. Come exceção daqueles nomes que um dia fizeram sucesso (Paulinho, Martinho, etc), quase ninguém sabe reconhecer o valor de um Elton Medeiros, um Wilson Moreira, Nelson Sargento...

Hoje em dia, a maioria dos jovens que tocam nas baterias das escolas de samba, filhos e netos de bambas, sequer escuta samba. Contenta-se em escutar pagode, funk e qualquer outro lixo imposto via grande mídia. Com raras exceções, as quadras das escolas sequer têm samba de terreiro sendo feito.

Certo, a grande mídia, por enquanto não levantou essa bandeira de resgate. E quem a levanta? Quem escuta um samba bom e depois o canta na roda. Quem escuta e se identifica com essa linhagem de samba e depois vai compor alguma coisa. Quem se emociona com estes sambas e depois vai bater um pandeiro na roda, cantando no coro e vibrando de alegria... Somos nós.

Muitos me perguntam: “Pô, André, você fica aí atrás de velharia. Pra que isso?” Ué, se cada um não se mobilizar, nada vai pra frente. Gosto de descobri sambas de nomes como Jorge de Castro, Marino Pinto, Bucy Moreira da mesma maneira que gosto de resgatar sambas perdidos do Geraldo Pereira, do Cartola e do Nelson Cavaquinho. E claro... o que é meu é seu. O samba não pertence a ninguém, pertence a todos.

A mensagem é uma só: sambistas do Brasil, uni-vos! Somente juntos poderemos valorizar o nosso ritmo mais contagiante e brasileiro.

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O Couro do Cabrito by André Carvalho is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Vedada a Criação de Obras Derivadas 3.0 Brasil License.
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