E foi tudo aquilo que desejávamos. Foi bom demais. Cheguei às 4 e meia da tarde em Mauá, no tradicional ponto de encontro de sambistas Bar do Buiú. Já estava cheio de gente, quase todos com o lenço preto no pescoço. Leo e Danilão estavam agitados: faltava lenço. E sem o lenço o Bloco não poderia sair.
Fruto da criatividade espontânea e explícita dos sambistas, enquanto Leo foi buscar mais lenços, os sambistas improvisaram uma roda de partido alto. O tema era só um, a ausência do lenço. Dos quatro sambas criados na hora, ainda me recordo de um:
Quem extraviou o lenço
Do Bloco Pega o Lenço e Vai
Triste estou neste momento
Enquanto o lenço não chega
O nosso Bloco não sai
E tome verso, disseram até que o Léo foi buscar lenços na Marinha Brasileira ou com o marinheiro Popeye. À medida que o partido alto avançava, mais gente chegava para cantar o refrão e versar. "Enquanto o Léo não voltar, o samba não para!", era a ordem.
E quando chegou mais lenço, todos colocaram no pescoço. Organizado o desfile, descemos a ladeira. "Salve o Almirante Negro. Pobre Bem-te-vi, o seu cantar tristonho ouvi. Vai ingrata, vai embora, e não queira mais voltar. Vertento lágrimas, hoje volta para implorar seu perdão. Esquenta os tamborins, que o samba já está chegando." Cinco sambas novos, da nova geração, que pesaram na balança.
A satisfação foi geral. Por um dia, a Rua Havana virou a Praça Onze.
Meu bloco é esse: Pega o Lenço e Vai. Ano que vem tem mais!
Um comentário:
hahahahahahhaha
tinha que ter um causo, né...
hahahahaha
q massa!!!
quando forem escrever a história desse bloco, em 2088, vão entrevistar o piruca, ele vai lembrar do episódio, mas não vai lembrar quais os sambas. Aí vão ficar enchendo o saco dele pra lembrar, vão gravar em uma mp218 (até lá, vai estar nesse número) e lançar na internet como "caseiras do piruca"... uaeuhaeha
salve, rapaziada!!!
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