Era sexta-feira de Carnaval. Alfredo Castro, sambista e compositor, chegou em casa e disse: "Piruca, todo ano componho um samba para o Bloco União Altaneira, de Campinas. O desfile é depois de amanhã e o samba ainda não saiu. Tem os dom de colocar uma letra nessa melodia?". Era uma melodia bonita, gostei. "Tem tema?", perguntei. "Exaltação a natureza", respondeu.
Mandei ver.
A natureza vou cantar no carnaval
O céu, o mar, o luar
Tanta riqueza assim
Esta beleza é o que me faz te exaltar
Faz brotar, com o samba, uma semente
Um folião feliz
Sonho da manhã primaveril
No carnaval
Os encantos do Brasil
Beleza! Foi só colocar um lalaiá no fim e fechou o samba.
Chegou o domingo e fomos pra Campinas, Barão Geraldo. O Bloco é organizado, tem uma bateria enfezada e um mestre de bateria, o Chico, que comanda a folia com altivez.
Passamos o samba com os cavaquinhos e violões, acertamos o andamento. Aí era só emplacar na Avenida Santa Isabel. Antes, outros sambas do bloco foram cantados. O samba-exaltação, muito bonito, alguns sambas de outros carnavais e o "samba-enredo" do ano.
Depois de muita farra, cantamos o nosso samba. Bom demais ver o povo cantando o samba. Ainda mais um samba composto na antevéspera, fresquinho. A bateria caprichou. Muita classe, muita categoria, um grande carnaval.
Ano que vem estarei novamente lá. Salve União Altaneira!
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