Wilson Moreira esteve acompanhado de um belo regional e de um côro feminino de tirar o fôlego em sua apresentação no SESC Pompéia, no último final de semana.
Como é bom ver uma apresentação de um sambista genial com um acompanhamento digno de sua grandeza. Um regional (Violão, cavaquinho, pandeiro e flauta) é a roupagem natural de um samba. Um regional é um traje elegante que veste o samba bruto, ao contrário das pedas preciosas, já é formosamente lapidado pelo compositor em sua gênese.
Um regional faz com que o sambista fique mais à vontade no palco. Ele se sente em casa e suas melodias podem alcançar voos mais altos, deixando no coração de cada espectador um sopro de autenticidade, de naturalidade, de espontaneidade que só o samba rasgado por um pandeiro, cavaquinho e violão pode deixar.
O mestre sabe que quando junto de um surdo vem um côro bonito, fica tudo mais fácil. E ele precisa desse suporte hoje em dia, já que não tem mais aquela saúde de ferro de outros tempos (desde que sofreu um derrame em 1997, o velho Alicate deixou de arriscar seus passos de miudinho). Senhor de idade, precisa de pulmões alheios a pleno vapor que entoem com força os refrões de seus sambas durante todo o espetáculo para que ele possa, assim, cantarolar tranquilamente sobre o palco.
Esse côro feminino, a chamada pastoragem, esteve presente. E fez uma diferença braba. Parabéns a Iracema Monteiro, Luiza Dionízio, Graça Braga, Nanana da Mangueira e Mariana Baltar. Fizeram bonito.
Wilson teve um acompanhamento digno no palco do SESC Pompéia, e muito à vontade, cantou sambas, jongos, calangos, chulas e outros cânticos que foram moldados em seu perfil de compositor através da forte influência dessas manifestações culturais em sua vida.
Fez história, novamente. Aliás, ele é história. Lenda viva do samba brasileiro.
Um comentário:
Boa!!
Muito boa a postagem!!
E parabéns pra produção do evento que colocou o regional!!
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